Ministro afirma que Grécia não pagará dívida ao FMI

Em entrevista ao jornal Financial Times, o ministro de Economia da Grécia, George Stathakis, confirmou que o país não pagaria a dívida com FMI nesta terça (30). Tecnicamente, o FMI trata isso como "atraso", mas a Grécia deixou claro que não vai pagar, a não ser que tenha acesso a 7,2 bilhões de euros, última parcela do socorro recebido de 245 bilhões de euros do Fundo e do BCE (Banco Central Europeu) desde 2010. O programa de resgaste externo da Grécia também termina nesta terça (30).

Para liberar os recursos, os credores cobraram cortes de gastos e aumentos de tributos que a Grécia não aceitou. As negociações foram suspensas no último sábado (27), depois que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, pediu a prorrogação da dívida por um mês por causa do plebiscito.

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As negociações entre o governo da Grécia e os credores foram retomadas nesta terça-feira (30), na tentativa de um acordo de última hora para evitar o calote de 1,6 bilhão de euros no FMI (Fundo Monetário Internacional). Segundo jornais gregos, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, havia rejeitado uma oferta enviada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na noite passada.

A mídia local diz, no entanto, que as partes teriam voltado a conversar nesta manhã em busca de uma solução. A Grécia poderia fazer uma nova proposta durante o dia. O governo tem até as 18h do horário de Washington (1h de quarta-feira, 1º de julho, pelo horário de Atenas) para quitar a dívida com o FMI.

A cidade de Atenas amanheceu com filas nos caixas eletrônicos, no segundo dia de controle de capital, medida tomada pelo governo que limitou os saques diários a 60 euros para evitar fuga de capital. Os bancos continuam fechados, provavelmente até dia 6 de julho, após o plebiscito convocado para o domingo (5) sobre o acordo. Caso a Grécia chegue a um consenso de última hora com os credores, o plebiscito poderia ser cancelado, segundo lideranças políticas gregas.

Na noite passada, Tsipras deu uma entrevista na TV defendendo o voto pelo "não", ou seja, contra o acordo. "O plebiscito é uma arma para nós, para o povo grego", disse. "Se tivermos um alto número de pessoas votando 'não', estaremos numa posição mais forte", ressaltou, sugerindo que pode deixar o cargo, dependendo do resultado da votação.

Eleito em janeiro pelo partido de esquerda Syriza sob o discurso antiausteridade fiscal, ele reafirmou que um voto contra o acordo não significa a saída da zona do euro.