Jovens cearenses criam seus próprios negócios e se destacam no mercado
Empresários mostram como é possível ingressar no mundo dos negócios
Reunindo os nascidos entre 1977 e 1997, a Geração Y foi surgindo em meio a ascensão tecnológica e novos contextos políticos e sociais, trazendo visões de mundo bem distintas das anteriores. As pessoas passaram a utilizar ferramentas recém-chegadas na inovação de negócios desgastados pelo tempo e na criação do que antes só estava no plano das ideias. Jovens arriscam, investem, aprendem com os erros no início, algumas vezes desistem no meio do caminho, em outras, conquistam o sonho de se tornarem grandes empresários.
Em 2013, uma pesquisa realizada pela GEM Brasil apontou que a taxa de empreendedores brasileiros entre 18 e 64 anos é de 32,3%, que corresponde a cerca de 40 milhões de pessoas, 2,1% a mais que o ano anterior. O estudo indicou que empresários entre 25 e 34 anos compõem o grupo mais expressivo na categoria de empreendedorismo inicial, representando 21,9% dessa faixa etária, ante os 19,2% de 2012. Em relação aos empreendedores estabelecidos, 11,8% das pessoas entre 25 e 34 anos administram e são proprietárias de um negócio consolidado há mais de três anos. No ano anterior, essa taxa foi um pouco menor, 11,2%.
Os empreendedores mais novos, entre 18 e 24 anos, não ficam muito atrás. No Brasil, os iniciantes somam 16,2% da população de mesma faixa etária, 2% a mais que a taxa da categoria no ano anterior. Como empresários mais firmes no universo dos negócios, o grupo representa 4,5% dos jovens entre 18 e 24 anos, maior que os 2,8% de 2012.
“Esse fenômeno de empreendedorismo entre jovens tem ganhado força porque hoje a gente tem possibilidade de empreender através de startups, de empresas que estão mais relacionadas ao conhecimento do que propriamente à compra de artigos físicos, como tinha antigamente. Na época em que o empreendedorismo estava mais relacionado a indústrias, tinha que ter uma estrutura física de equipamentos, de sede, de pessoas, que dificultava a inserção do jovem como empreendedor”, explica o Doutor em Engenharia de Produção e professor da Universidade Federal do Ceará, Rogério Teixeira Mâsih.
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Após todas as dificuldades que teve de enfrentar para abrir o próprio negócio e torná-lo lucrativo, Felipe Saraiva, de 21 anos, percebe que as dificuldades do início foram fundamentais na sua formação como empresário. Dono da Pizzaria Delivery “Rei da Pizza”, primeiramente, o jovem abriu o negócio em um espaço no restaurante da mãe durante a noite, com capital inicial da mesma, entretanto, com o fraco movimento no espaço, ao passar por um local que estava para alugar em um dos polos gastronômicos de Fortaleza, resolveu mudar o local da pizzaria e dar uma nova oportunidade à empresa. “Tem sido bem diferente do outro local, porque já entrei com conhecimento, tendo contato com pessoas de grande importância e bem qualificadas na área de pizzaria, para alavancar o negócio. A partir disso, eu consegui entrar com um padrão, com qualidade superior, bem mais ajustado que o anterior”.
Há dois meses, Felipe fechou o primeiro espaço e mantém a “Rei da Pizza” na Cidade dos Funcionários. Mensalmente, a pizzaria chega a faturar R$ 50 mil, com 15% a 20% de lucro. Além de empresário, Felipe é estudante de Engenharia de Produção e acredita que aplicar os conhecimentos adquiridos na Universidade em seu negócio é importante para que tenha êxito. “A Engenharia de Produção está muito ligada à parte de negócios, porque trabalha na gestão de pessoas, gerenciamento de mercadorias, controle de estoques”, explica.
Três fatores importantes para um novo negócio
Mesmo que a abertura de uma empresa por um jovem tenha se tornado mais comum ao longo dos anos, Rogério Mâsih ressalta que o novo negócio não se sustenta sem a soma de três fatores importantes: habilidade, conhecimento e atitude. Para o especialista, o mercado não oferece oportunidade para os que desejam arriscar sem uma bagagem pré-formada. “Mesmo com essa possibilidade do jovem ingressar no empreendedorismo, não existe espaço para aventureiro. A concorrência aumenta e a necessidade de desenvolvimento e competência relacionada à gestão fica cada vez mais importante, porque muitos se preocupam com o desenvolvimento técnico do produto e esquecem que a empresa precisa também ser gerenciada”.
Sebrae realiza Feira do Empreendedor
Em 2013, o Sebrae/CE atendeu 20.438 empresários e 19.896 pessoas que ainda estavam desejando formar o primeiro negócio. Até 1º de julho deste ano, a instituição já havia atendido 10.218 empreendedores e 8.573 potenciais empresários. Dentre os cursos, estão “Transforme Ideia em Modelo de Negócios”; “Planejamento Estratégico”; “Iniciando um Pequeno Grande Negócio”; e “Gestão Financeira”.
Incentivando a preparação na área, o Sebrae também irá realizar, entre os dias 5 e 9 de agosto, a Feira do Empreendedor. Na ocasião, a Arena Startups no Espaço da Economia Criativa, é um dos grandes atrativo para futuros empresários, uma vez que irá reunir 20 startups geralmente administradas por pessoas mais jovens, como a Auditphone, que trabalha com gerenciamento e auditoria em contas de telefonia móvel para micro e pequenas empresas; a Vitrola, que atua no segmento de sonorização de ambiente e publicidade; e a EasyAssist, com o sistema de pedido e atendimento para restaurantes via smartphone ou tablet.
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