Intenção de investir dos micros e pequenos empresários cresce pelo segundo mês seguido

O índice marca 34,3 pontos e é o maior resultado da série histórica, iniciada em 2015

Escrito por Redação Diário do Nordeste ,

O Indicador de Demanda por Crédito e Investimento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL) mostra que a intenção de investir dos micro e pequenos empresários (MPEs) nos próximos 90 dias cresceu pelo segundo mês seguido em fevereiro de 2017, atingindo 34,3 pontos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço foi de 12,8 pontos. O resultado é o maior da série histórica, iniciada em maio de 2015, mas aponta que a propensão dos MPEs a investir ainda é baixa: o indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo a 100, maior é demanda do empresário investimento. 

Dentre os empresários que não pretendem investir (59%), a maioria justifica dizendo que não vê necessidade (41%). Em seguida aparece a crise econômica (29%) e também 14% que investiram recentemente e estão aguardando retorno.  

Já entre os MPEs que pretendem realizar investimentos nos próximos três meses (29%), a maior parte tem a intenção de aumentar as vendas (46%), além da adaptação da empresa a uma nova tecnologia (22%) e da necessidade de atender a uma demanda que aumentou (12%).  

Honório Pinheiro, presidente da CNDL, avalia que a busca dos MPEs por investimento deve acompanhar a retomada da economia. “Devido à crise econômica, os projetos de expansão das empresas são colocados em segundo plano. A preocupação de grande parte dos empresários passa a ser, então, lidar com a queda do faturamento e o aumento da inadimplência”, afirma.

O indicador também mostra que, entre aqueles empresários que planejam investir, a maior parte irá recorrer ao capital próprio guardado na forma de aplicações ou investimentos (60%), ou resultante da venda de algum bem (12%). 

Com relação aos destinos dos investimentos, os mais citados foram ampliação dos estoques (30%), reforma da empresa (26%), compra de máquinas e equipamentos (24%), e mídia e propaganda (21%). 

Oito em cada dez não pretendem contratar crédito nos próximos 90 dias

De acordo com o indicador de demanda por crédito, também calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL, oito em cada dez (79%) dos MPEs não pretendem tomar crédito nos próximos três meses, enquanto 10% não sabem e 6% têm interesse em contratar crédito. Apesar de avançar 4,2 pontos com relação ao mesmo período do ano passado, o índice se mantém baixo, registrando 16,2 pontos. 

A maioria dos que não pretendem contratar crédito diz que consegue se manter com recursos próprios (40%). Em seguida, aparecem os MPEs que justificam a decisão devido às altas taxas de juros (27%) e também em virtude da insegurança com as condições econômicas do país (19%). 

Entre os empresários que pretendem tomar crédito nos próximos 90 dias, a maior parte (50%) ainda não sabe qual modalidade será contratada, mas 18% devem recorrer ao microcrédito, 10% ao cartão de crédito empresarial e 8% ao cheque empresarial. Os destinos mais citados para o crédito são: capital de giro (38%), compra de máquinas ou equipamentos (30%) e ampliação dos negócios (22%). 

Desde o início da série, o indicador de demanda por crédito sem mantém baixo, com uma média de 12,8 pontos. Para Honório Pinheiro, “isso acontece, principalmente, devido ao fato dos MPEs não precisarem de grandes aportes. Por isso, eles conseguem se manter com recursos próprios.” Pinheiro completa dizendo que “a crise econômica também influencia essa decisão, bem como o fato de parte significativa desses empresários não verem o crédito como um meio de expandir os negócios.”  Na opinião do presidente da CNDL, políticas que instruam o pequeno empresário a respeito da importância do crédito e que ampliem as modalidades ao seu alcance podem resultar em maior demanda por recursos. 

Entre os empresários que consideram contratar crédito algo difícil (27%), os principais motivos são as altas taxas de juros (49%) e excesso de burocracia e exigências dos bancos (42%). As modalidades de crédito mais difíceis de serem contratadas, segundo os entrevistados, são os empréstimos em instituições financeiras (29%) e os financiamentos (16%). Já entre os que consideram a contratação algo fácil (22%), as justificativas mais citadas são o bom relacionamento com o banco (35%), estar com as contas em dia (19%) e tempo de existência da empresa (12%). 

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