Inadimplência das empresas cresce 13,52% em agosto no Nordeste

Nordeste teve a maior alta anual no número de empresas devedoras (13,52%). Sudeste não foi considerado devido à lei que dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas em São Paulo

Escrito por Redação ,

O aumento da quantidade de empresas inadimplentes desacelerou pelo quinto mês consecutivo, mas ainda é bastante elevado, revelou pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O total de pessoas jurídicas com pendências em atraso cresceu 10,78% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano anterior, percentual referente a quatro regiões pesquisadas - Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sul.

De acordo com o SPC Brasil, a região Sudeste não foi considerada devido à Lei Estadual nº 15.659 que vigora no em São Paulo e dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas no estado.

Entre as regiões analisadas, o Nordeste foi a que apresentou a maior variação no número de empresas com o CNPJ registrado nas listas de negativados: um avanço anual de 13,52%. No Norte, a inadimplência de pessoas jurídicas também registrou avanço, crescendo 10,66% na comparação entre agosto e o mesmo mês do ano anterior. As regiões Centro-Oeste e Sul apresentaram variações menores do número de devedores, mas, ainda assim, os números são expressivos: 9,86% e 8,17%, respectivamente.

“A inadimplência das empresas cresceu significativamente no final de 2015 e desde o segundo trimestre de 2016 vem mostrando acomodação. Porém, este crescimento mais discreto da inadimplência das empresas não está ligado a uma melhora na sua capacidade de pagamento”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

“O principal fator influenciador é relacionado ao aumento da restrição ao crédito, principalmente via aumento das taxas de juros, critérios mais rígidos para concessão de crédito por parte dos bancos e à maior incerteza por parte dos empresários, o que acaba levando o segmento a contrair menos dívidas, adiando novos investimentos e contendo avanços da inadimplência.”

“As dificuldades econômicas persistem e o cenário de desemprego elevado e de queda do faturamento das empresas continua afetando a capacidade de pagamento tanto das empresas quanto da população”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

Serviços

O setor de Serviços, que engloba os bancos e financeiras, lidera a participação no total de dívidas em atraso das empresas em todas as regiões pesquisadas, ou seja, para quem as empresas e pessoas estão devendo. Em todas as quatro regiões analisadas, o setor concentra mais da metade do total de dívidas em atraso. O segundo maior credor em todas as regiões é o setor de comércio.

Considerando o total de dívidas em atraso pendentes das empresas, o destaque também fica no Nordeste: um aumento de 16,58% na comparação entre agosto de 2016 e o mesmo mês do ano anterior. Na região Norte, o crescimento do número de dívidas de pessoas jurídicas também foi alto, de 13,68% e, com variação menor, aparecem o Centro-Oeste (11,51%) e o Sul (10,74%). 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.