Guido Mantega culpa cenário internacional fraco, seca e Copa pelo resultado negativo da economia

Em valor, o PIB do país somou R$ 1,271 trilhão. Em relação ao segundo trimestre de 2013, a economia do país encolheu em 0,9%

Escrito por Folha Press ,

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, culpou o cenário internacional fraco, a seca e a Copa do Mundo pelo resultado negativo da economia brasileira no segundo trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 0,6% no segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses deste ano. 

Em valor, o PIB do país somou R$ 1,271 trilhão. Em relação ao segundo trimestre de 2013, a economia do país encolheu em 0,9%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (29).

Um dia depois do governo divulgar previsão de alta de 3% para 2015, o ministro afirmou que o resultado do segundo trimestre ficou "aquém das nossas expectativas" e que a previsão de crescimento de 1,8% para este ano terá de ser revista. Segundo ele, a revisão do número sera apresentada em setembro ao Congresso. Economistas esperam crescimento fraco para este ano. O último boletim Focus, do Banco Central, mostra previsão de alta de apenas 0,7%.

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O ministro afirmou que vai ser preciso analisar não apenas o passado, mas também a perspectiva para o segundo semestre. Ele lembrou que, em doze meses, o crescimento anualizado do PIB é de 1,4%.

A Argentina também foi citada como uma das causas do fraco desempenho no trimestre. "Exportamos menos carros para a Argentina e essa é uma das causas de estarmos crescendo menos", disse.

Retração

Para Silvia Matos, economista da FGV, a retração do PIB no segundo trimestre já era esperada. O efeito da Copa do Mundo, segundo ela, foi mais sentido em junho, no início da competição, porque houve um acumulo maior de feriados excepcionais nas cidades-sede e dias de dispensa antecipada de trabalhadores.

Com menos pessoas a produzir, a economia encolheu. "Uma estagnação ou uma pequena queda já era esperada, mas a Copa ajudou o resultado a ser um pouco pior", afirmou.

Como o resultado do PIB do primeiro trimestre foi revisado para queda de 0,2% (contra alta de 0,2% informado anteriormente), segundo parte dos economistas, o país entrou em recessão técnica. O termo, entretanto, é controverso. Alguns especialistas questionam a abordagem tradicional de considerar que a queda do PIB por dois trimestres seguidos configura recessão técnica. 

Eles argumentam que os dois recuos são pequenos e o desemprego no país é baixo. É a primeira recessão técnica desde o fim de 2008, quando houve recuo de 3,9% no último trimestre daquele ano e de 1,6% no trimestre seguinte.

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