Governo deve adiar reajuste de servidores para fechar as contas em 2019

O adiamento seria necessário para evitar a paralisação da máquina administrativa e dos investimentos públicos no próximo ano; economia seria de R$ 5 bilhões

Escrito por Estadão Conteúdo ,

O governo deve adiar para 2020 o reajuste dos servidores públicos previsto para 2019 para tentar evitar a paralisação da máquina administrativa e dos investimentos públicos no próximo ano. De acordo com o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, é esperado que o adiamento gere uma economia de cerca de R$ 5 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o adiamento, 370 mil servidores de 23 categorias ficariam com os salários congelados. O governo já havia tentado postegar o aumento de 2018 para 2019, mas a medida provisória que previa o adiamento enfrentou resistência por parte dos parlamentares e foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim do ano passado.

Agora, o ministro avalia que, mesmo que o Congresso rejeite a nova proposta, o presidente eleito nas próximas eleições poderá ter um cenário mais favorável para aprovar a medida.

Medida "necessária"

“Poderia ser projeto de lei ou medida provisória. Seria a mesma tentativa que a gente fez agora, mas talvez num outro cenário, com presidente eleito”, disse Colnago. O ministro reconheceu que a decisão pode desagradar os servidores públicos, mas que ela é "necessária" para garantir investimentos dentro do teto de gastos.

A medida seria necessária porque o reajuste escalonado negociado pelo governo em 2016, época de inflação mais alta, está em discordância com a atual realidade. Mesmo com o IPCA rodando abaixo dos 3% ao ano, o reajuste previsto para 2019 é de até 6,31%. O aumento garante ganho real no poder de compra dos servidores às custas de outros gastos que precisarão ser cortados para respeitar o teto de gastos.

Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), disse, no entanto, que os servidores públicos têm sido “surpreendidos por medidas unilaterais da administração” e pediu diálogo com o governo. “Se vierem mais medidas arbitrárias, só temos uma resposta, que é trabalhar contra”, afirmou.

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