Fenabrave estima crescimento de 4% a 5% nas vendas de veículos em 2016

A perspectiva de melhora está ancorada basicamente nos resultados positivos do agronegócio brasileiro

Escrito por Estadão Conteúdo ,

A Federação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Fenabrave) sinalizou que espera uma leve recuperação na venda de veículos no ano que vem no Brasil, com uma retomada principalmente no segundo semestre. A perspectiva de melhora, de acordo com o presidente da entidade, Alarico Assumpção Junior, está ancorada basicamente nos resultados positivos do agronegócio brasileiro. 

Ele lembrou que o setor agrícola foi cauteloso nos investimentos em 2015, o que deve gerar uma demanda reprimida em 2016 tanto por máquinas agrícolas como por caminhões para transportar a produção. "Não houve suficiente venda este ano, mas não se pode postergar muito. A frota está antiga", disse em evento da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), na capital gaúcha.

Ele informou que trabalha com uma projeção de crescimento entre 4% e 5% nas vendas totais de veículos em 2016, considerando todo o mercado automotivo doméstico. "Isso ainda é pouco", reconheceu acrescentando que, pelo menos, será possível "tirar um pouco a diferença" da queda acentuada de 2015. 

Assumpção fez questão de salientar que não se trata de uma previsão formal para 2016, já que o cenário político conturbado dificulta a tarefa de traçar metas de médio prazo. "O que é hoje pode não ser mais no final da tarde, quanto mais para amanhã. E isso gera uma desconfiança muito grande", disse. Do ponto de vista econômico, ele considerou que o ajuste fiscal, embora amargo e limitador, é necessário para se sair "do marasmo" atual.

O presidente de Fenabrave aponta a retração do Produto Interno Bruto (PIB) e a falta de perspectiva de retomada da economia como principais fatores limitadores do mercado. "Claro que a interrupção de programas governamentais de financiamento e a recomposição do IPI atrapalham, mas o mais importante seria a retomada do PIB", disse. Outro problema considerado crucial é a baixa confiança tanto do empresário como do consumidor, que recentemente vem sendo ainda mais afetada pelo cenário de instabilidade política.

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