Estradas começam a ser desbloqueadas no Ceará, após cinco dias de protestos

519 pontos foram desbloqueados em todo Brasil, de acordo com o ministro da Segurança Pública

Escrito por Redação ,

Depois de cinco dias de manifestações e bloqueios em rodovias federais e estaduais no Ceará, alguns caminhoneiros já começaram a desobstruir as vias na noite desta sexta-feira (25). É o caso do Km 5 da BR-222, em Caucaia, e o Km 21 da BR-116, em Itaitinga, além de Pacajus. A liberação de ambos os locais foi confirmada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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Na noite desta sexta-feira (25), 519 pontos foram desbloqueados em todo Brasil, de acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Segundo ele, o número equivale a 45% do total.

Motivação

Os protestos acontecem contra o aumento nos preços do diesel, que subiu 15,9% nos postos de combustíveis nos últimos 12 meses. A categoria já vinha ameaçando entrar em greve nas semanas anteriores, caso o Governo Federal não atendesse à demanda de diminuição do valor do combustível. 

A reividicação dos caminhoneiros conta, inclusive, com o apoio dos donos de postos de combustíveis. 

Cinco dias de protestos

A primeira manifestação no Ceará aconteceu na segunda-feira (21), quando caminhões bloquearam um trecho do Anel Viário, perto da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa). No mesmo dia, aconteceram outros protestos, como na BR-020, na altura de Boa Viagem, dessa vez com atos de caminhões pipas bloqueando a via totalmente. 

Ao cada dia, a manifestação ia recebendo mais adesões. Na terça-feira (22), por exemplo, houve bloqueios também em Itaitinga, Boa Viagem e Chorozinho

Já na quarta (24), ao menos 11 municípios do Ceará registraram protestos e bloqueios, entre eles,  Eusébio, Chorozinho, Penaforte, Tianguá, Alto Santo, Russas e Tabuleiro do Norte. Também na quarta, foi registrado o maior preço por litro de gasolina comum no Estado, de R$ 5, em dois postos de Viçosa do Ceará, na Zona Norte. 

Para diminuir a insatisfação, a Petrobras reduziu 10% no diesel das refinarias, causando uma diminuição de R$ 0,25 por litro. Além disso, anunciou o congelamento dos preços por 15 dias, mas as medidas não foram suficientes para acabar os protestos.

Os caminhoneiros de reboque, por exemplo, realizaram carreata na tarde de quarta, saindo da Arena Castelão, percorrendo a Desembargador Moreira até a Praça Portugal.

O terceiro dia de protestos também foi marcado pelo bloqueio dos centros de abastecimentos de combustíveis, o do Mucuripe, em Fortaleza, e o de Crato. 

No quarto dia de manifestações, na quinta (25), as autoridades registraram bloqueios em pelo menos 23 cidade do Ceará, com obstruções em estradas federais e estaduais. Os consumidores cearenses começaram também a sentir falta de alguns itens nas prateleiras dos supermercados, como o leite longa vida e hortifrútis. 

Com a repercussão da ampliação da greve, a população que se locomove por carro e motos particulares correu para abastecer em postos de combustíveis, causando lotação e filas de congestionamentos. 

A quinta-feira também foi intensa na Avenida Senador Carlos Jereissati, a do Aeroporto Internacional Pinto Martins, quando motoristas de aplicativos bloquearam a via. Para não perder os voos, passageiros decidiram ir a pé até o terminal. Em Juazeiro do Norte, dois voos foram cancelados por conta da falta de combustível no aeroporto local. 

No mesmo dia, a Justica Federal do Ceará determinou que o poder público utilizasse medidas necessárias para desbloquear as vias, incluindo uso de forças policiais. O documento também afirmava que quem participasse das manifestações e obstruísse as vias poderia ser multado em R$ 10 mil. 

O Governo Federal anunciou, na noite de quinta, um acordo para suspensão da greve em 15 dias, após reunião com representantes dos caminhoneiros. No entando, algumas categorias, como a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) e a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) não assinaram o acordo e os protestos permaneceram.  

Na sexta-feira (25), os bloqueios nas rodovias estaduais e federais permaneceram. Além disso, alguns postos de Fortaleza e do Interior já não tinham mais combustíveis para abastecer os carros, por conta da paralisação dos caminhoneiros e bloqueio dos centros de distribuição de combustíveis de Fortaleza e Crato. Na Ceasa, produtos como uvas e morango estão em falta

Como o acordo com a categoria não foi cumprido, o presidente Michel Temer anunciou, no início da tarde, o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas. Com isso, a Abcam pediu o fim das manifestações para os caminhoneiros. 

Em Juazeiro do Norte, só estavam decolando do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes voos que faziam escala pelo local

No mesmo dia, com a liminar, a Justiça Federal do Ceará foi até o Centro de Distribuição do Mucuripe e liberou pelo menos uma via para passagens de carros pequenos e ônibus. Até o momento, o centro permanece bloqueado para saída de caminhões que abastecem os postos de combustíveis e outros serviços. Os motoristas resistem no local com a ajuda de doações de alimentos e água da população

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