Empresas terão que alterar embalagens enganosas de produtos

Falso apelo ecológico das marcas teria levado o Conar a decidir pela mudança nas embalagens

Escrito por Redação Diário do Nordeste ,

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) atendeu solicitação da Proteste Associação de Consumidores pedindo a alteração da embalagem dos produtos fósforo Fiat Lux, que traz a expressão "madeira 100% reflorestada" em sua embalagem e do guardanapo de papel Carrefour, que afirma no rótulo "100% fibras naturais".

O Conar avaliou que o fósforo Fiat Lux não tem comprovação ou certificação de que sua madeira é realmente 100% reflorestada. A empresa não apresentou o selo de certificadora ambiental como o FSC ou Cerflor — além de não tornar acessível para o consumidor informações que o confirmariam.

O Conar também entendeu que a informação contida na embalagem do guardanapo de papel Carrefour deve ser tirada, porque fibra natural é comum a este tipo de produto e não cabe ser usado como diferencial para a escolha do consumidor. E as "fibras naturais" se referem às fibras celulósicas, que apesar de naturais, não representam nenhum tipo de benefício ao meio ambiente.

Outros casos

Anteriormente, o Conar também havia decidido que a Bombril deveria retirar da embalagem de sua esponja de aço o termo "100% ecológico", por falta de comprovação do apelo sustentável. Foi sugerida a substituição por 100% biodegradável, mas a empresa recorreu.

Entre os produtos que na avaliação da Proteste usam indevidamente apelo ecológico, apenas em um dos casos o julgamento do Conar foi favorável à empresa. O fabricante do lava-louças Ypê líquido argumentou que a expressão "contem tensoativo biodegradável" é exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que o produto contenha a substância, e que a informação não é colocada como uma diferenciação do produto, até porque todos os concorrentes devem obrigatoriamente expor tal informação.

Em avaliação feita em março passado, a Proteste constatou que algumas empresas ainda tentam seduzir seus clientes com falsos apelos ecológicos. Foram detectados 12 produtos suspeitos de utilizar ações de marketing que enganam consumidores quanto às práticas ambientais da empresa ou quanto aos seus benefícios ambientais. O conselho acatou denúncia no caso de cinco produtos.

O Conar ainda julgará nesta terça-feira (24), processo ético envolvendo o saco de lixo Embalixo que  alega ser de material reciclado, e o fósforo Paraná, que se diz ecológico.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.