Distribuidoras gastam R$ 4,7 bi em fevereiro; valor será repassado aos consumidores

O rombo de R$ 4,7 bilhões decorre da não adesão de distribuidoras de São Paulo, Minas Gerais e Paraná

Escrito por Folhapress ,

O gasto das empresas de distribuição de energia em fevereiro chegou a R$ 4,7 bilhões, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O diretor-geral da agência, Romeu Rufino, defende que o rombo no setor se deve a não adesão das usinas da Cesp, Cemig e Copel à renovação das concessões. "Se todas tivessem aderido a gente não teria esse patamar de exposição", destacou Rufino. 

Como as distribuidoras não aceitaram a proposta do governo de renovar os contratos de concessão das usinas, elas não ficaram obrigadas a baixar o preço e nem a entregar parte de sua geração às distribuidoras, que são as empresas que levam energia até a casa do consumidor. Assim, elas podem comercializar sua energia livremente no mercado, com grandes empresas e indústrias, em contratos mais rentáveis. 

Todo o dinheiro usado pelas distribuidoras por meio desse empréstimo será repassado ao consumidor a partir do 2015, na forma de aumento das tarifas. De acordo com o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, o valor foi alto em fevereiro, mas deve diminuir com o tempo. 

A renovação antecipada das concessões foi proposta pela presidente Dilma Rousseff em setembro de 2012. A proposta estava condicionada a aplicação de uma menor tarifa pelas empresas do setor, para que o desconto médio de 20% sobre os valores pudessem ser repassados aos consumidores.

Valores

O montante representa a compra de energia e o uso de usinas térmicas durante o segundo mês do ano, a quantia sairá da nova conta atrelada à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Essa conta é a que receberá os empréstimos que serão entregues às distribuidoras, . 

A negociação com as instituições bancárias teve intermédio do governo. O acordo limita a ajuda às empresas do setor elétrico em R$ 11,2 bilhões, que podem cobrir gastos feitos de fevereiro a dezembro deste ano. Caso o gasto seja maior, um novo acordo com bancos para liberação de dinheiro deverá ser feita. 

"Essa liquidação é maior, porque a necessidade de comprar energia extra para atender os consumidores vai diminuir ao longo do tempo, com a realização de novos contratos de compra de energia e por meio do leilão", afirma o diretor. 

O leilão a que o gestor se refere é o leilão para compra de energia em caráter emergencial, anunciado pelo governo para dia 30 de abril de 2014, para ajudar a suprir a demanda das distribuidoras. Rufino também acredita na redução dos gastos por causa de uma possível redução no custo da energia.

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