Despesas do governo com pessoal aumentaram 11% no 1º semestre
Para conter gastos, o governo federal vai lançar um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para servidores
Os gastos do governo com folha de pagamentos e encargos cresceram 11,3% neste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. As despesas totais do governo federal, no entanto, tiveram um aumento menor: apenas 0,5%. O dado é parte do resultado do Tesouro Nacional, divulgado nesta quarta (26).
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Para conter despesas, o governo federal vai lançar um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para servidores e pretende ainda estimular que funcionários reduzam a jornada de trabalho, aceitando receber menos.
O deficit do governo federal alcançou R$ 182,8 bilhões nos 12 meses encerrados em junho, distanciando-se ainda mais da meta estipulada para o ano, de R$ 139 bilhões. O resultado equivale a 2,83% do PIB. Em maio, o deficit estava em R$ 167 bilhões. Segundo o Tesouro Nacional, o deficit no mês de junho foi de R$ 19,79 bilhões, pior número da série histórica iniciada em 1997.
No primeiro semestre, o deficit é 48% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, e soma R$ 56 bilhões - também o resultado para o período da série histórica. A receita total do governo caiu 1,2%. Em junho, assim como ocorreu em maio, o governo fez pagamentos de sentenças judiciais que aumentaram as despesas em maio e em junho. Nos dois meses, o governo pagou R$ 20,3 bilhões. No ano passado, essas obrigações foram pagas em novembro.
A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, ressalva que, se o cronograma de pagamentos de sentenças judiciais não tivesse sido alterado, o aumento das despesas com pessoal seria menor. Ainda assim, ele seria de 7,5% acima da inflação. Para Vescovi, o aumento dos gastos com pessoal são resultado dos reajustes concedidos ao funcionalismo mas também ao crescimento vegetativo da folha de pagamentos.
Como foram concedidos no início do ano, entretanto, a expectativa é que esse aumento modere ao longo do ano e feche 2017 ao redor de 6%, abaixo do limite de crescimento dos gastos deste ano (7,2%).
Estudo
A secretária evitou fazer críticas aos reajustes, negociados durante a gestão Dilma Rousseff e concedidos no ano passado, após o presidente Michel Temer assumir a Presidência.
Ela admitiu, porém, que os reajustes contratados para 2018 e 2019 estão sendo alvos de estudo. Uma das possibilidades é o governo atrasar a data dos reajustes, inicialmente previstos para janeiro de cada ano.