Demissões no varejo perdem força, diz CNC

Ainda assim, entidade prevê que 230 mil vagas no setor serão cortadas em 2016, pior resultado em mais de uma década.

Escrito por Redação Diário do Nordeste ,
Apesar do resultado desfavorável, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que as demissões no setor varejista reduziram a força. A projeção em maio era que o saldo deste ano fosse de -279 mil vagas no comércio. Agora, essa expectativa é que, em 2016, o saldo entre trabalhadores admitidos e demitidos no varejo brasileiro deverá ficar negativo em 230 mil postos de trabalho. Confirmada essa projeção, a força de trabalho no setor encolheria 3%, sendo o pior resultado em mais de uma década. 
 
A análise da Confederação sobre os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho verificou que, na comparação mensal, houve uma redução no saldo entre admitidos e demitidos no varejo: -27,9 em junho ante -15,2 mil em julho. Além disso, a quantidade de trabalhadores do setor demitidos em julho (250,6 mil) foi a menor desde 2009, quando o total foi de 239,5 mil.
 
"A confiança do comércio tem aumentado nos últimos meses, mas ela ainda evidencia um pessimismo no setor. Essa confiança é o principal obstáculo à retomada das contratações e só vai se recuperar realmente quando os fatores que afetam o consumo, como o acesso ao crédito, por exemplo, se combinarem de forma mais favorável”, aponta o economista da CNC Fabio Bentes.
 
Por segmento
 
Nos últimos 12 meses, 3,52 milhões de pessoas foram desligadas – o menor nível desde dezembro de 2010, quando foram 3,5 milhões. O ranking da queda de emprego no varejo é liderado pelos ramos de móveis e eletrodomésticos (-9,1%), livrarias e papelarias (-6%) e comércio automotivo (-5,9%). Esses segmentos também são os que mais se destacam negativamente em termos de volume de vendas: respectivamente -15,7%, -15,5% e -17,1%.
 
Já em números absolutos, o maior destaque negativo é o segmento de vestuário e calçados, com redução de 59,9 mil vagas. Responsável por 13% da força de trabalho no varejo, esse setor registrou, nos últimos 12 meses, queda de 11,3% no volume de vendas. Por outro lado, os segmentos de hiper e supermercados e de farmácias e perfumarias ainda têm gerado vagas nos últimos meses (7,5mil e 13,6 mil postos, respectivamente).
Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.