Após operação, restaurantes e churrascarias de Fortaleza mantêm ritmo de vendas

Para profissionais do setor, o consumo de carne também está sendo influenciado pelo período de Quaresma

Escrito por Redação ,
As churrascarias e os restaurantes de Fortaleza que servem carnes sentiram uma leve queda nas vendas, especialmente, no fim de semana passado, quando foi anunciada, na sexta-feira (17), a operação Carne Fraca. Apesar disso, a movimentação nos estabelecimentos ficou normal durante a semana, embora as pessoas tenham mostrado uma preocupação maior com a procedência da carne. 
 
"Houve realmente um impacto no fim de semana passado por conta do noticiário e aquela velocidade nas redes sociais, mas as churrascarias premium da cidade sentiram menos por ofertarem carnes importadas", declarou o presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets e Similares do Estado de Ceará (Sindirest-CE), Antônio Alves Moraes Neto. 
 
O titular do Sindirest-CE acredita que o impacto da operação Carne Fraca já tenha gerado seu efeito e que ele está sendo minimizado. 
 
Moraes Neto ressaltou, ainda, que a queda também se deve ao período de Quaresma, em que muitas pessoas optam por não comer carnes. 
 
"Creio que o impacto não está mais tão forte e já está no caminho da normalidade. Nessa sexta-feira (24), observei que o movimento estava normal nos restaurante e nas casas mais especializadas em carne. Até porque as coisas já foram mais esclarecidas e os casos foram pontuais", avaliou.
 
Churrascarias da cidade
 
No Fast Grill, o gerente Robson Reis disse que existe um controle rigoroso dos produtos. "Nós temos confiança em nossos fornecedores. O movimento está tranquilo. Os clientes fazem algumas brincadeiras a respeito da carne, mas a movimentação continua normal", declarou.
 
O mesmo foi percebido no Boi Negro Grill. Para o gerente da unidade, Mauro Bagatini, o movimento e o consumo continuam normais. "Só as pessoas que perguntam e ficam desconfiadas da procedência da carne. Mesmo assim não deixam de consumir", afirmou.
 
No Carneiro do Ordones, as pessoas comentam e até brincam com o assunto. De acordo com o restaurante, o movimento de clientes continua o mesmo, desde o fim de semana passado. O estabelecimento não registrou queda nas vendas. 
 
No restaurante Assis, O Rei da Picanha, o gerente do local, Tasso Prado, afirmou que alguns clientes indagam sobre a procedência dos produtos e se interessam em saber mais sobre as carnes. "A maioria das carnes daqui é importada, vindas da Argentina e Uruguai. Então, a gente não tem com o que se preocupar", disse. 
 
Cenário diferente no Rio de Janeiro
 
De acordo com o Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio), a queda no movimento nas churrascarias é de até 25%. "A maioria dos restaurantes tem sofrido com o clima de desconfiança do consumidor", afirmou o presidente do sindicato, Pedra de Lamare. 
 
Segundo ele, a forma como a Polícia Federal divulgou a operação foi equivocada e o governo deve atuar rapidamente para esclarecer os fatos.
 
"No cenário do País, que já é de recessão, e do estado do Rio, que é ainda mais grave, os danos tendem a ser ainda maiores nesse setor que é importante para a economia", ressaltou ele. 
 
O presidente do sindicato também disse que acredita que o embargo internacional à carne brasileira não durará muito tempo. "Agora, se esse embargo realmente se mantiver, poderemos ter sim uma queda considerável no preço da carne", afirmou.
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