Ano foi tão ruim para a economia que superou até pessimistas

PIB, índice de desemprego, inflação, taxa juros e câmbio surpreenderam especialistas pela intensidade que pioraram ao longo de 2015

Escrito por Redação ,

Após diversas turbulências, 2015 vai chegando ao fim e certamente não deixará saudade para a economia brasileira. Isso porque o ano foi tão ruim que superou até as projeções mais pessimistas feitas em janeiro por economistas e analistas de mercado. Como se não bastasse, a situação foi ainda mais agravada pela crise política entre o Congresso Nacional e o Planalto Central, o que criou dificuldades para o governo atingir suas metas anuais.

O Produto Interno Bruto (PIB) nacional, por exemplo, que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil, era projetado em 0,5% no início de 2015, o que começou a sair da realidade já no meio do ano, quando o País entrou em recessão. Agora, os economistas projetam um encolhimento de 3,5% no PIB deste ano, tornando este o dado mais representativo da piora do crescimento econômico nacional.

Desemprego

O comércio também não está vendendo como antes, o que impulsionou a indústria a reduzir seu ritmo de produção. O setor industrial, aliás, foi quem mais fechou postos em 2015, já vista que eliminou 414.075 empregos com carteira assinada em todo o Brasil até novembro. Construção civil (-309.226), comércio (-183.348) e serviços (-97.570) também tiveram grande retração nas vagas formais. Ao todo, 945.363 empregos celetistas foram fechados no País em 2015, o que fez com que a taxa de desemprego nacional, que antes batia recordes de baixa, já ronde o patamar de 10%. 

Inflação

Quem paga a conta no fim do mês também viu diversos produtos e serviços ficarem mais caros ao longo de 2015. A energia elétrica do brasileiro, por exemplo, subiu 50,49%  neste ano, assim como a gasolina, que já acumula alta de 18,6% no País. A inflação, portanto, acabou refletindo todos esses reajustes. 

Prova disso é que, no início do ano, a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) era de 6,5% (teto da meta do governo), algo que está bem distante da atual situação do País, posto que os economistas já projetam uma inflação próxima de 10% para o fechamento deste ano.

Juros

Com a inflação aumentando, o Banco Central (BC) não pensa duas vezes na hora de aumentar as taxas de juros na tentativa de conter o avanço dos preços. No começo do ano, a previsão dos especialistas era que a taxa básica Selic chegaria a 12,5% no fim de 2015, algo que também ficou longe da realidade. Em novembro, a taxa já havia sido elevada ao patamar atual de 14,25%.

Dólar

O que também surpreendeu o mercado e os consumidores ao longo de 2015 foi o comportamento do dólar, já que, em janeiro, especialistas esperavam que a moeda chegasse ao fim do ano custando R$ 2,75. Em setembro, porém, a cotação disparou e bateu os R$ 4,00, patamar este que é perseguido até o momento, posto que no último fechamento de mercado, realizado na quinta-feira (24), a moeda americana foi a R$ 3,95.

Dessa forma, o real vai terminando 2015 como a moeda de pior desempenho do mundo, posto que a desvalorização perante ao dólar já é de 35%.

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