Aneel faz leilão de energia mirando projetos solares

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 400 projetos fotovoltaicos no leilão. A capacidade instalada conjunta desses projetos é de 10.790 MW.

Escrito por Estadao Conteúdo ,

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) promove, nesta sexta-feira, 31, o Leilão de Energia de Reserva (LER) 2014. A expectativa é de que o certame resulte na contratação dos primeiros grandes projetos solares em âmbito nacional. Os empreendimentos já existentes no Brasil, nos quais a geração de energia é oriunda da captura dos raios solares, são de pequeno porte e, em alguns casos, operam apenas em caráter de testes.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 400 projetos fotovoltaicos no leilão. A capacidade instalada conjunta desses projetos é de 10.790 MW. Também foram cadastrados 626 parques eólicos, com potência total de 15.356 MW, e oito termelétricas abastecidas com biogás e resíduos sólidos urbanos (RSU), com oferta máxima de 151 MW.

"O alto número de projetos cadastrados nos permite antecipar que esse será um leilão bastante competitivo", destacou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, após a divulgação dos projetos cadastrados. Serão ao todo 1.034 empreendimentos, com capacidade instalada de 26.297 MW.

O edital do LER 2014 estabeleceu em R$ 262 por megawatt-hora (MWh) o preço-teto da energia vendida pelos projetos solares. O valor máximo da energia gerada nos empreendimentos eólicos ficou em R$ 144/MWh. No caso das térmicas abastecidas por insumos classificados como biomassa, o preço-teto foi estabelecido em R$ 169/MWh.

Para a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo, a capacidade dos fornecedores não é uma barreira. Porém, alguns projetos eólicos podem não participar do certame em função do Leilão de Fontes Alternativas agendado para 10 de abril de 2015. "O leilão de abril é mais atrativo, porque não há o risco de transmissão. É possível que esse leilão desloque alguns projetos", salientou a executiva.

Setor de energia solar enfrenta altos custos

No caso das usinas solares, as dificuldades impostas estão associadas a condições de financiamento e câmbio. Por ser um segmento em fase embrionária no Brasil, a energia solar ainda é gerada basicamente a partir de equipamentos importados, que ficam mais caros diante da valorização do dólar. Para tentar promover a instalação de fabricantes de equipamentos no Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou um modelo no qual o volume do financiamento oscila conforme o índice de nacionalização de cada projeto.

As condições de competitividade dos empreendimentos solares, dessa forma, estariam vinculadas ao perfil do projeto e aos acordos estabelecidos entre investidores e fabricantes de equipamentos. Temos uma expectativa positiva, com a contratação entre 500 e 1.000 MW. O número dependerá do apetite do governo", comenta o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar), Rodrigo Sauaia. 

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