Ambiente externo é desafiador e 'interregno benigno' pode terminar

Questionado se haveria "alguma torcida" para o governo de Trump nos Estados Unidos, o presidente do BC respondeu que é rubro-negro

Escrito por Estadão Conteúdo ,

O cenário externo ainda parece ser uma das grandes temas do Banco Central na condução da política monetária. Em café da manhã com jornalistas, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reconheceu nesta quarta-feira (7) que o ambiente externo "é mais desafiador" que as questões domésticas e reconheceu que o período positivo para as economias emergentes, o chamado "interregno benigno", pode terminar. 

"O cenário externo é mais desafiador. Como colocamos na ata e no comunicado, é possível que tenhamos o fim do período de interregno benigno", disse, ao comentar que o período "era bom, mas não ia durar para sempre". "Com Brexit, eleição de Donald Trump, referendo na Itália e várias coisas que acontecem no mundo, é possível, sim, que estejamos vendo o fim do interregno benigno", comentou. 

Ilan notou que essa alteração do quadro externo "pode influenciar o processo de inflação". Ele disse, porém, que a influência externa não aponta apenas para uma única direção. Segundo o presidente, o quadro externo ainda depende de fatores como a tendência de preço das commodities e as condições financeiras globais, entre outros. 

"Não há relação mecânica entre o cenário externo e a política monetária", disse Ilan Goldfajn, ao repetir trecho da ata conhecida na terça-feira (6). 

Questionado se haveria "alguma torcida" para o governo de Trump nos Estados Unidos, o presidente do BC respondeu que é rubro-negro. "Eu sou torcedor do Flamengo. Aí, metade do Brasil já vai ficar contra", brincou. "O BC não torce para cenários, tem de observar ao longo do tempo e ver se as incertezas vão diminuir", comentou. "Seria bom previsibilidade e não ter conflitos", se limitou a dizer sobre o quadro.

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