75% dos empresários acreditam que ajuste fiscal tem impacto negativo na economia

O ajuste fiscal e o corte orçamentário de R$ 69,9 bilhões anunciados neste ano pelo Governo Federal não foram bem recebidos pelos empresários brasileiros. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) sobre o impacto que estas medidas terão para a economia do Brasil, na percepção dos empresários. O estudo revela que 75,4% dos entrevistados acreditam que os ajustes e cortes terão um impacto negativo na economia. 

O pessimismo é igualmente expressivo em relação às consequências que as medidas podem trazer para os negócios: 70,6% dos empresários acreditam que elas irão causar efeitos negativo nas suas empresas, principalmente os das regiões Centro-Oeste (83,3%) e Sul (77,9%). Nesse contexto, três em cada quatro empresários (75,7%) acreditam que os cortes no orçamento irão diminuir as vendas de sua empresa e 77,6% afirmam que o lucro diminuirá. 

O estudo também revela impactos no número de demissões visto que 26% dos empresários afirmaram que otimizarão suas equipes. A região Nordeste é a que registrou maior número de empresas que demitirão funcionários, com índice de 39,9%, sendo seguida pela região Centro-Oeste (28,4%), Sul (27,2%), Sudeste (21,7%) e Norte (14,5%). 

Parte da queda de faturamento da empresa é atribuída ao aumento dos impostos que, segundo 67,5% dos entrevistados, deve ocorrer até o final do ano. Aparecem ainda a retração do consumo e a diminuição das vendas (73,1%), e a diminuição do crescimento da empresa (54,6%).  

O ajuste fiscal enfrenta resistência e desconfiaça do empresariado: 61,4% dos entrevistados afirmam que a medida é um retrocesso para o Brasil, retardando seu retorno ao nível de crescimento. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ressalta que apesar da peqsquisa revelar a insatisfação dos empresários com as medidas, elas são importantes para o País.

"É inegável que os ajustes e cortes terão efeitos de retração econômica no curto prazo, e que certamente serão sentidos pelos empresários e pela população", afirmou Kawauti. "Mas por outro lado, essas medidas servem para arrumar a situação da economia e são importantes para que a retomada do crescimento aconteça de maneira sustentável no médio e longo prazo", completou.