Oferta de vagas diminuiu e mercado está abalado

Escrito por Redação ,
Legenda: Residindo no Pecém desde maio último, a atendente de padaria Ângela Santos acompanhou de perto uma dessas histórias de expectativas frustradas: a do próprio marido, que veio do Pará na tentativa de sucesso profissional
Foto: Foto: Bruno Gomes

Em um ano difícil para a economia, especialmente para a indústria, não é de se admirar que uma área para onde eram previstas dezenas de milhares de empregos receba, a cada semana, trabalhadores de diversos estados em busca de uma vaga. A realidade encontrada pelos visitantes, entretanto, é bastante diferente daquela anunciada desde o lançamento da pedra fundamental da refinaria Premium II, ainda em 2010.

>Prosperidade deu lugar a incertezas para os habitantes 

Tendo de arcar com aluguéis cujos preços dispararam nos últimos anos, muitos dos trabalhadores passam meses à espera de uma oportunidade, até mudarem de área ou decidirem voltar para o estado de origem.

Residindo no Pecém desde maio último, a atendente Ângela Santos acompanhou de perto uma dessas histórias de expectativas frustradas. Há três meses, seu marido, que trabalha como encanador, saiu do Pará, onde moravam, para o distrito cearense, devido à dificuldade de arranjar emprego no estado natal.

Passado um mês, o encanador, que estava sozinho, não conseguiu nenhum trabalho. A saída encontrada pelo casal, então, foi a mudança também de Ângela, que vendeu a casa onde residia, no Pará, além dos móveis, e foi para o Pecém junto do filho, de 14 anos.

Caminho encontrado

Dois meses após a mudança, é Ângela quem sustenta o casal, através do emprego que conseguiu em uma panificadora no distrito. "Se eu não tivesse conseguido (a vaga na panificadora), não sei como a gente ia estar", comenta.

A atendente conta que o casal paga, a cada mês, R$ 700 de aluguel, além das contas de água e energia, em uma casa com um quarto, sala e um banheiro. "A única coisa que já tinha na casa, que deu pra aproveitar, foi uma geladeira", relata.

Colega de trabalho de Ângela, o atendente Daniel Holanda conta que, até o início de julho, trabalhava como tradutor em Fortaleza, mas deixou o trabalho para ficar apenas no Pecém, onde mora, por conta do custo elevado do deslocamento diário para a Capital. O tradutor destaca que a refinaria seria uma oportunidade para pessoas que atuam em diversos segmentos, incluindo aqueles que investiram em localidades próximas, como Taíba e Matões.

Economia mais favorável

Para o comerciante Joaquim Pompílio, que possui uma loja de ferramentas, a usina teria também um papel muito importante para fazer com que o Pecém fosse menos impactado pelas dificuldades econômicas que afetam o País. "Toda essa história de crise era pra passar bem longe daqui", afirma. (JM)

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