Novo aumento do GNV está em estudo

Escrito por Redação ,
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A previsão é de que no dia 1º de julho próximo ocorra a aplicação de um novo percentual, conjugando dois índices

Antes mesmo do reajuste de 14% no preço do Gás Natural Veicular (GNV) — acordado em audiência pública, no dia 17 de maio último, na Assembléia Legislativa do Ceará — chegar aos postos de combustíveis do Estado, a Companhia de Gás do Ceará (Cegás) já estuda o repasse de um novo aumento de cerca de 3%, ´sugerido´ pela Petrobras. A informação é do diretor presidente da Cegás, José Rêgo Filho, que prevê para o dia 1º de julho próximo, a aplicação de um novo percentual, conjugando os dois índices.

Em 17 de maio último, representantes da Cegás, das distribuidoras e dos postos de combustíveis se comprometeram a elevar o preço do gás natural veicular (GNV), atualmente em R$ 1,39, o metro cúbico, para o máximo de R$ 1,55. Celebrado perante a imprensa, o Ministério Público e a parlamentares, o acordo foi possível diante da garantia da Cegás, de que aplicaria 14% de aumento e não mais os 21,2%, anteriormente pleiteados à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce).

Apesar do compromisso, Rêgo disse que um novo índice é inevitável e que o ´acordo está desfeito´, diante de mais um aumento da Petrobras. Ele não informou o novo percentual a ser aplicado a partir de julho.

Disse ainda, que, em conformidade com a portaria ministerial MMF/MF nº 3, de 17 de fevereiro de 2000, a Petrobras teria anunciado, através de e-mail, que os reajustes do gás natural passarão a ser trimestrais e não mais anuais, como vinha ocorrendo. Questionada sobre as alterações, a assessoria de imprensa da estatal informou, que buscaria respostas às indagações, mas nada enviou até o fechamento da edição.

Prejuízos

Fontes internas da própria Cegás revelam que o não repasse do reajuste ao consumidor está gerando prejuízos da ordem de R$ 50 mil, por dia à Cegás. Rêgo confirma as perdas, mas não atesta o valor. Segundo ele, ´a empresa têm fôlego para segurar os prejuízos até o novo aumento, e que espera compensar as perdas em reajustes futuros´.

CARLOS EUGÊNIO
Repórter

REPERCUSSÃO NEGATIVA
Consumidores se dizem traídos

A notícia de que a Cegás estuda um novo percentual de reajuste para o preço do gás natural, superior aos 14% acordados maio último, repercutiu negativamente, entre representantes da indústria e dos taxistas. ´Estive na Assembléia (Legislativa) e entendi, perfeitamente, que o reajuste seria de 14%. O próprio José Rego propôs e todos aceitaram´, reagiu a presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial (Aedi) e empresária do setor ceramista, Ana Lúcia Bastos.

Para ela, alterar agora, os índices seria uma traição. ´Não acredito em reajuste no preço do gás, superior aos 14% acordados´, acrescentou Ana Bastos. ´Acho muito estranho um novo reajuste agora, quando já tinha ficado certo que cada um (Cegás, distribuidoras e postos de combustíveis) cederia 1%, para amenizar para o consumidor´, protestou o presidente do Sindicato dos Taxistas e Transportadores Autônomos de Passageiros do Ceará (Sinditáxi), Vicente de Paulo Oliveira.

O coordenador tarifário da Arce, Mário Monteiro também disse desconhecer a proposta de um novo reajuste e que a Agência ainda não foi procurada pela Cegás. para nova avaliação tarifária.

Ele afirma que a revisão tarifária de abril último já está concluída e que o preço médio do gás, livre de impostos, a ser praticado pela distribuidora deve ser de R$ 0,49868, por metro cúbico. (CE)
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