Novas chances de entrar na casa própria

Os recursos para o financiamento imobiliário foram ampliados pela Caixa e pelo Banco do Brasil

Escrito por Redação ,
Legenda: O modelo de financiamento ampliado vale apenas para trabalhadores titulares de conta vinculada do FGTS, com o mínimo de 36 contribuições
Foto: FOTO: RAFA ELEUTÉRIO

O cearense que sonha em ter sua casa própria ganhou mais opções em linhas de crédito para financiar parte do valor do imóvel. Enquanto a Caixa Econômica Federal disponibilizou R$ 4 bilhões para a linha de financiamento, cobrindo até 85% do valor do imóvel, o Banco do Brasil estima destinar até R$ 1 bilhão para as novas operações, financiando até 90% da casa própria. Em ambos os casos, o preço da unidade financiada não pode passar de R$ 400 mil.

Todas as agências das duas instituições financeiras já estão operando com as novas linhas de crédito, tendo como base as condições definidas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em maio. Entre as diferenças dos modelos de financiamento está a taxa de juros, que varia de 7,85% a 8,85% ao ano na Caixa Econômica, a depender do grau de relacionamento do cliente com a instituição, e de 9% ao ano no Banco do Brasil.

Nos dois casos, entretanto, o financiamento vale apenas para trabalhador titular de conta vinculada do FGTS, com no mínimo 36 contribuições, sejam consecutivas ou não.

Por outro lado, o cidadão que não está empregado formalmente pode ainda contratar o financiamento desde que o seu saldo total no FGTS seja igual ou superior a 10% do valor do imóvel que ele pretende adquirir, ou do valor de compra e venda, valendo o que for maior.

Renda familiar

Ambos os programas não impõem limites quanto à renda familiar para a concessão do crédito, mas a parcela do financiamento não pode comprometer mais que 30% da renda familiar mensal bruta.

Outra condição para ter acesso ao produto, tanto na Caixa quanto no Banco do Brasil, é que o mutuário não seja proprietário de imóvel no município onde mora ou trabalha, nem em cidades vizinhas ou integrantes da mesma região metropolitana.

Os novos programas adotados pela Caixa e pelo Banco do Brasil vão possibilitar a injeção de R$ 5 bilhões no mercado imobiliário em meio a um momento de forte desaceleração das vendas, reflexo da crise político-econômica que o País atravessa. Segundo informações do BB, há 2,2 milhões de clientes que reúnem condições para se habilitarem ao financiamento imobiliário pela nova linha de crédito.

Procura

Casada em regime de separação total de bens, a vendedora de tecidos para atacado Luciana Ricardo, de 38 anos, procura desde o ano passado linhas de financiamento que a permitam realizar o sonho de ter uma casa própria. Ela lamenta, entretanto, as dificuldades impostas pelo banco por conta de condições de acesso ao crédito. "O banco leva muito ao pé da letra e acaba restringindo o financiamento a uma pessoa que tem condição de pagar", destacou.

Morando atualmente em um apartamento da mãe, a vendedora apontou que, apesar de trabalhar para uma empresa com 27 anos de atuação no mercado e de não ter despesas com filhos, não tem conseguido acesso ao crédito. Um dos problemas seria um financiamento feito pelo marido. "O banco não tem que se preocupar com isso, porque casamos em regime de separação de bens. Eu tenho condição de pagar a parcela do apartamento".

Sem perspectivas

Luciana afirmou que a quantidade de burocracia tem a deixado desmotivada na procura pela casa própria. "A pessoa tem condição de pagar para realizar o sonho de morar em uma casa própria, mas desiste pelo fato do banco, por questões tão pequenas, limitar muito o acesso ao crédito", lamentou a vendedora.

Ela ponderou, entretanto, que as novas condições de financiamento devem melhorar um pouco a situação daqueles que procuram financiamento.

Yohanna Pinheiro
Repórter

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