Município planeja uma incubadora de empresas

A iniciativa será uma alternativa à criação de um parque tecnológico em Fortaleza, projeto discutido desde 2009

Escrito por Redação ,
Legenda: Segundo Robinson de Castro, a incubadora funcionaria como o Parque Tecnológico, em parceria com atores sociais e setores produtivos
Foto: FOTO: DIVULGAÇÃO

A Prefeitura de Fortaleza já tem um "plano B" caso não consiga firmar uma Parceria Público-Privada (PPP) para a criação de um parque tecnológico na cidade, iniciativa que vem sendo discutida desde 2009, mas ainda não ganhou perspectivas concretas. A instalação de uma incubadora de empresas - projeto evidentemente menor - poderá ser uma alternativa frente à ausência de parceiros.

De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SDE), Robinson de Castro, o projeto paralelo para a criação da incubadora de "startups" está sendo finalizado pelo órgão e deverá ser apresentado ao prefeito Roberto Cláudio até o fim deste mês.

Sem a PPP e com a aprovação do chefe do executivo municipal para tocar o novo projeto, afirma o secretário, é possível que a incubadora comece a operar ainda no fim deste ano. "Já trabalhamos internamente com essa possibilidade, é algo em paralelo. Independentemente da PPP, temos que dar o pontapé inicial, mesmo que não seja instalado um parque de imediato. Temos em mente que precisamos começar", destaca Castro.

Áreas

Assim como o Parque Tecnológico de Fortaleza, a incubadora funcionaria na Praia do Futuro ou no Edson Queiroz, bairros onde a Prefeitura possui terrenos propícios à instalação do equipamento. "Continuaríamos nossa parceria com vários atores sociais, como o governo estadual, instituições de ensino superior do Ceará, indústria, comércio e serviço, por exemplo. Os contatos já foram feitos", afirma.

Segundo Robinson, os recursos para a impantação da incubadora em Fortaleza viriam da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas.

Por outro lado, o secretário informa que já foram realizados os primeiros contatos, por e-mail, com uma empresa nacional interessada na parceria para a instalação do Parque Tecnológico de Fortaleza.

"Mostrou-se interesse, é uma nova proposta que precisa ser analisada. Não temos nada concretizado", esclarece. Questionado sobre o nome da companhia, Robinson de Castro disse não pode divulgar o nome, pois a empresa pediu sigilo.

Lançada iniciativa para projetos criativos

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SDE) apresentou, ontem, projeto Agenda Estratégica para Fortaleza Criativa e Inovadora. A iniciativa, a primeira do tipo realizada na cidade, é voltada para construção de políticas públicas que favoreçam a criação de novas empresas na área da Economia Criativa e para o fortalecimento dos negócios já existentes.

O principal participante da solenidade, ocorrida no Paço Municipal, no Centro, foi o diretor de Desenvolvimento da Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Luiz Antônio Gouveia de Oliveira. Ele ministrou palestra com o tema "Economia Criativa: aspectos conceituais".

Apesar de ainda ser um conceito em construção, a Economia Criativa está relacionada ao campo do simbólico, valorizando a criatividade individual e/ou coletiva de uma determina comunidade.

"Fortaleza tem um grande potencial para se desenvolver por meio da Economia Criativa. São diversas expressões culturais, como o forró, as festas juninas e a culinária. Investimentos nessas áreas beneficiam tanto a população local quanto os visitantes", afirma Oliveira. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a participação da Economia Criativa no Produto Interno Bruto - PIB brasileiro, atualmente, representa menos de 18%, quase 1/5 do valor das riquezas produzidas no País. Na Capital cearense, as atividades oriundas desta parte da economia representam um setor ainda não muito explorado e um novo caminho com nichos de mercados atrativos e de reduzido risco. A agenda estratégica pretende ampliar a participação da cultura, da criatividade e da inovação no desenvolvimento socioeconômico sustentável, fazendo-se necessário à definição de uma estratégia comum construída coletivamente com os demais órgãos públicos, instituições privadas e representantes da sociedade civil organizada.

FIQUE POR DENTRO

Como funcionam os parques tecnológicos

Parques tecnológicos são ambientes de inovação. Funcionam instrumentos para dinamizar economias regionais e nacionais, gerando empregos de qualidade e bem-estar social. Podem ser definidos como uma organização urbana em uma área geográfica construída e delimitada, voltada para empreendimentos em atividades do conhecimento. Compreendem atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para a produção de bens e serviços baseados na ciência. Em termos organizacionais, é constituído por uma parceria de quatro tipos de instituições: universidades; laboratórios de pesquisa; empresas de alta tecnologia; e prestadoras de serviços correlatos.

Raone Saraiva
Repórter

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