Mulheres não terão a idade mínima reduzida

O titular da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu, porém, que outras negociações podem ser realizadas

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com Henrique Meirelles, o governo não cogita reduzir a idade mínima de aposentadoria das mulheres para 60 anos
Foto: Foto: Fabiane de Paula

São Paulo. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nessa sexta-feira (23) discutir mudanças na reforma da Previdência. "Pode haver ajustes de cronograma e de negociação", disse ao responder pergunta da plateia durante evento um evento realizado na Amcham. "Mas não adianta fazer uma reforma que cria necessidade de daqui a alguns anos se fazer outra", ressaltou.

Meirelles afirmou que o ponto crítico da negociação é a comissão especial e que a proposta revisada representa hoje um ganho fiscal de cerca de 75% da proposta original. O ministro negou a possibilidade de redução da idade mínima para as mulheres para 60 anos. "Não há essa discussão na agenda do governo", destacou.

O ministro da Fazenda ressaltou, inclusive, que conversou com os secretários da Pasta que cuidam mais de perto das questões relacionadas à reforma da Previdência e essa discussão não chegou a ele.

Legislação trabalhista

No discurso feito por Henrique Meirelles durante o evento, a reforma da Previdência pareceu perder o protagonismo para a Reforma Trabalhista.

Falando muito sobre a importância da Reforma Trabalhista, ele disse que o texto vai passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e as perspectivas são positivas, independentemente dos resultados obtidos na Comissão de Assuntos Sociais, onde foi rejeitada.

A Reforma Trabalhista, disse, reduz custos e empodera o trabalhador ao estabelecer a primazia do negociado sobre o legislado.

Segundo Meirelles, com as reformas, o Produto Interno Bruto (PIB) potencial (a capacidade de a economia crescer sem pressionar a inflação) pode chegar a 3,5%. "O fato relevante é que as reformas continuam sendo discutidas", disse.

Crise política

Meirelles minimizou a "batalha política das manchetes" e lembrou que há todo um trabalho sendo feito, inclusive de mudanças microeconômicas. Segundo ele, a situação vai ser resolvida e a crise política não deve permanecer por período muito prolongado. Há, afirmou, um rito judicial e um rito legislativo muito claros. "O procurador tem que se pronunciar, o assunto vai ser votado pela Câmara, que aceita ou não". A expectativa do governo, afirmou, é que tenha votos suficientes e a Câmara não aceite o prosseguimento de eventual denúncia contra o presidente. Depois disso, a incerteza estará superada e os índices econômicos serão retomados.

Dados econômicos

Meirelles citou dados favoráveis da economia como a correlação positiva entre índices de confiança e o PIB da indústria da transformação e o volume constante de investimento direto no País. Segundo ele, a taxa de desemprego deve começar a cair do meio para o fim do terceiro trimestre do ano. "Tudo mostra a capacidade de reação da economia brasileira", afirmou.

O ministro da Fazenda voltou a dizer que a economia deve crescer a um ritmo de 2,7% no quarto trimestre contra igual período do ano passado, e 3,2% em relação ao terceiro trimestre imediatamente anterior.

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