Mercado volta a elevar expectativa de inflação

Na semana passada, essa projeção havia sido reduzida pela primeira vez em 14 semanas (de 8,20% para 8,13%)

Escrito por Redação ,
Legenda: O Banco Central (BC), responsável pela divulgação do Focus, espera uma inflação de 7,9% neste ano, acima da meta
Foto: FOTO: KIKO SILVA

Brasília. Os analistas de mercado ouvidos para o boletim Focus voltaram a elevar a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que mede a inflação oficial do País - deste ano, que passou de 8,13% para 8,23%, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central. Na semana passada, essa projeção havia sido reduzida pela primeira vez em 14 semanas (de 8,20% para 8,13%).

Há um mês, essa expectativa estava em 8,12%. O próprio Banco Central, responsável pela divulgação do Focus, espera uma inflação de 7,9% este ano, acima, portanto, do teto da meta, que é de 6,5%.

No Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões, o movimento foi contrário. A mediana para o IPCA deste ano passou de 8,73% para 8,67% esta semana. Quatro semanas atrás, estava em 8,33%.

Para o fim de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi mantida em 5,60%. Quatro semanas atrás estava em 5,61%. Também no Top 5, a projeção para a inflação ao final do ano que vem foi mantida em 6,40% - um mês antes estava em 5,64%. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação do BC divulgado no mês passado, a taxa ficará em 4,9% pelo cenário de mercado - que considera juros e dólar constantes - ou em 5,1%, levando-se em consideração as estimativas da Focus imediatamente anterior ao documento.

A expectativa para a inflação suavizada 12 meses à frente também subiu, de 5,09% para 6,04%. Há um mês estava em 6,49%. No curto prazo, depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo IBGE, de 1,22% em fevereiro, e de 1,32% em março, a projeção para a taxa em abril continua em alta, mas ainda está em um porcentual abaixo de 1%. De acordo com o boletim Focus, a mediana das estimativas passou de 0,65% para 0,62% - um mês antes, estava em 0,62%. Em maio, o índice deve ter alta de 0,49%, acima da previsão passada de 0,48% e dos 0,45% estimados quatro edições da Focus atrás.

Juros

Ainda de acordo com o boletim Focus, o mercado financeiro manteve o consenso de que haverá uma elevação da Selic dos atuais 12,75% ao ano para 13,25% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para o fim de abril. Além disso, de acordo com o documento, para o fim deste ano, a mediana das previsões foi mantida em 13,25%. Há um mês, a estimativa era de que a Selic encerrasse 2015 em 13,00% ao ano. A taxa média do ano caiu de 13,17% para 13,14%. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 13,03% ao ano.

Para o fim de 2016, a mediana das projeções foi mantida em 11,50% ao ano de uma semana para outra. Esta é a décima sexta semana consecutiva que a taxa está estacionada neste patamar. A previsão para a Selic média do ano que vem também foi mantida pelo mercado, em 12% - a taxa observada há um mês era de 11,83%.

Dólar deve fechar ano em R$ 3,21

Brasília. Depois do dólar em queda na semana passada, as previsões para o comportamento do câmbio no fim deste ano foram reduzidas no Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. De acordo com o documento, a mediana das estimativas para o dólar no encerramento de 2015 caiu para R$ 3,21. As previsões vinham em alta - na semana passada, estava em R$ 3,25 e, quatro edições anteriores, em R$ 3,15. A taxa média prevista para este ano recuou pela segunda semana consecutiva, de R$ 3,13 para R$ 3,11 - um mês antes estava em R$ 3,10.

Já para 2016, a cotação final segue em R$ 3,30 - estava em R$ 3,20 quatro levantamentos antes. A taxa média para o ano que vem, também estável, ficou em R$ 3,21. Um mês antes estava em R$ 3,11.

Preços Administrados

Os analistas de mercado mantiveram a expectativa de alta dos preços administrados em 13% pela terceira semana consecutiva. Há um mês, a mediana das previsões estava em 12,60%.

Para o Banco Central, os preços administrados devem apresentar alta de 11% em 2015. Já para 2016, a expectativa no boletim Focus aumentou. Depois de nove edições consecutivas em 5,50%, passou para 5,60% no boletim divulgado ontem.

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