Mercado estima retração de 1% no PIB; pior em 25 anos

Escrito por Redação ,
Legenda: A previsão de inflação para 2015 teve um leve aumento, passando de 8,12% para 8,13%
Foto: FOTO: WALESKA SANTIAGO

Brasília. Pela primeira vez, os analistas financeiros estão prevendo que a economia brasileira terá uma retração de 1% neste ano. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 - quando foi registrada uma queda de 4,35%. As informações constam no Boletim Focus, divulgado ontem (30) pelo Banco Central.

Na semana anterior, a estimativa do mercado, apresentada no Boletim, era de uma retração de 0,83% no Produto Interno Bruto (PIB). A piora na projeção do mercado foi a décima terceira seguida. Para 2016, o mercado baixou sua expectativa de uma alta de 1,20% para um crescimento de 1,05%. Foi a quarta redução consecutiva.

Inflação maior

Os analistas também elevaram, novamente, a previsão de inflação para 2015, que passou de 8,12%, na semana anterior, para 8,13%, no Boletim divulgado ontem. Há um mês, a mediana das previsões para o indicador estava em 7,47%. Esta é a décima terceira semana consecutiva em que há alta das projeções para esse indicador. Para o final de 2016, a mediana das projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi levemente reduzida de 5,61% para 5,60%. Quatro semanas atrás estava em 5,50%.

Selic

Após chegar ao consenso de que a Selic voltará a subir 0,50 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de abril, o mercado financeiro espera mais uma elevação da taxa básica de juros no encontro de julho.

No sistema de expectativas do boletim Focus, pode-se observar que a mediana para o indicador subiu de 13,13% para 13,25% em abril e que deve permanecer nesse nível na reunião de junho. Já em julho, é aguardada uma nova alta, para 13,50% ao ano - até a semana passada, a expectativa era de manutenção da taxa em 13,25% ao ano até outubro.

Câmbio

A mediana das projeções para o câmbio neste ano passou de R$ 3,15 para R$ 3,20. Quatro edições anteriores do Focus, a mediana estava em R$ 2,91. Com a elevação, a taxa média prevista para 2015 subiu de R$ 3,10 para R$ 3,12. Já para 2016, a cotação final subiu de R$ 3,20 para R$ 3,26, de uma semana para outra - estava em R$ 3,00, quatro levantamentos antes. A taxa média para o ano que vem avançou de R$ 3,11 para R$ 3,20. Quatro semanas antes, a mediana estava em R$ 2,90.

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