Média é de 68 dias de atraso nas contas; renda mais apertada

Entre março e abril, a inadimplência atingiu 10,1% da população de acordo com pesquisa feita pela Fecomércio

Escrito por Redação ,

Após pequena melhora nos indicadores sobre a situação financeira pessoal no mês passado, o consumidor de Fortaleza se empolgou e acabou comprando demais, além do que pode pagar, de forma que os índices voltaram a piorar em abril. O comprometimento da renda familiar cresceu de 36,1% para 39,6% entre março e abril. Impacto foi refletido no pagamento das contas, que tem média de 68 dias de atraso. A inadimplência - situação das pessoas com contas em atraso por mais de três meses - segue a mesma tendência e atingiu 10,1% da população.

As informações são do Perfil do Endividamento do Consumidor de Fortaleza divulgado esta sexta-feira (20) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Para a diretora institucional do órgão, Claudia Brilhante, as pessoas viram que a situação melhorou um pouco e se excedeu nos gastos. "O consumidor acabou comprando demais e agora não pode pagar. O que as pessoas tem que fazer agora é priorizar o essencial agora e evitar os gastos por impulso", explica a diretora.

A parcela da população fortalezense inadimplente em abril também ficou maior que o mesmo mês do ano passado, quando o percentual tinha ficado em 8,7%. A taxa só não ficou mais alta que em julho de 2017 (10,4%).

"Estamos passando por um período de profunda estabilidade econômica. Então é imprescindível que as pessoas priorizem o pagamento das contas nesse momento e evitem a todo custo as compras por impulso", orienta Claudia Brilhante.

Tempo de pagamento

A incidência de contas em atraso também cresceu entre os consumidores de Fortaleza neste mês. Cerca de 24,5% afirmou estar com alguma pagamento atrasado, ante 20,6% do mês passado. A média de atraso das contas, de acordo com o levantamento, está em 68 dias. "Esse tempo médio até diminuiu em relação ao mês passado. É um cenário preocupante, mas não chega a ser desesperador. Se as pessoas priorizarem o pagamento das dívidas, é possível reverter", pontua a diretora da Fecomércio. Já o valor das dívidas ficou em R$ 1.393, média que vem se repetindo nos últimos dois anos.

Endividamento

Um dos poucos índices que ficou estável nesta edição da pesquisa foi o de endividamento, que compreende todos aqueles que têm alguma dívida a pagar, incluindo contas de água, luz e fatura de cartão de crédito. Aproximadamente 71,1% da população da Capital está nessa situação, a maioria mulheres (70%), com idade entre 25 e 34 anos (76,1%), ensino fundamental (71,3%) e renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (70,3%).

Claudia aponta o cartão de crédito e as compras de alimentação feitas com essa forma de pagamento os vilões do endividamento. "Mais da metade (57,1%) disse que tem essa prática. Mas as pessoas tem que entender que se não quiserem ficar com o nome negativado elas vão ter que evitar o uso do cartão, porque elas tratam o limite do cartão como uma renda a mais e quando a fatura chega não conseguem pagar", esclarece.

Outro agravante é o desequilíbrio financeiro, causa mais apontada pelos consumidores para as contas em atraso, conforme 58% das respostas. "Por conseguinte, para 40,1% dos entrevistados, o que gera o desequilíbrio é o não controle dos gastos e rendimentos mensais, ou seja, falta de planejamento. O mais interessante é que 76,1% diz que faz orçamento e controle de gastos, mas isso demonstra que elas não seguem o próprio planejamento", ressalta.

Dia das Mães

Claudia acredita, apesar de todos os indicativos ruins, que as pessoas irão se organizar, de forma que na segunda data mais importante para o comércio, o Dia das Mães, já possam comprar novamente. "Continuamos com uma expectativa excelente para a data e os lojistas já estão preparados, com estoque e promoções com preços diferenciados para quem compra a vista".

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