Mais modificações no texto inicial para reduzir pressões
São Paulo/Brasília. Um dia após o presidente Michel Temer anunciar um importante recuo em sua proposta de reforma da Previdência, a previsão é que haja mais mudanças. Segundo líderes de partidos governistas, as próximas modificações virão nas propostas que endurecem as regras para que trabalhadores rurais, pessoas com deficiência ou idosos em situação de miserabilidade - enquadradas no BPC, o Benefício de Prestação Continuada - consigam o benefício.
Principal ponto da reforma, a instituição da idade mínima de 65 anos também é alvo de ofensiva de aliados e, segundo alguns, já há consciência do Palácio do Planalto de que terá que ceder também nesse ponto se quiser ver a reforma aprovada.
O recuo anunciado por Temer nessa terça (21) - ele retirou os servidores estaduais e municipais da reforma - foi motivado pela constatação feita por seus principais articuladores políticos de que não há os 308 votos necessários para aprovar a medida assim como foi enviada pelo Palácio do Planalto. Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, Antonio Imbassahy, ministro da articulação política, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder do governo na Câmara, e André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso, são os que comandam a contabilização voto a voto.
Proposta 'fortalecida'
O presidente da Câmara disse que a decisão anunciada na terça-feira (21) pelo presidente Michel Temer, de retirar os servidores estaduais da proposta que altera a Previdência, fortalece a reforma. Questionado se a mudança não esvazia a proposta original, Maia argumentou que o governo tomou a decisão certa e isso deve facilitar a aprovação da proposta na Câmara.
"Na hora que você faz a reforma dos servidores públicos estaduais você está entrando numa competência que não é sua, já que o país é federado, não é um país unitário. E você distensiona um embate e uma mobilização nos estados", afirmou.