Maia já admite adiar a votação da Previdência

Inicialmente prevista para 8 de maio, o pleito poderá acontecer só no dia 18, segundo estimou o presidente da Câmara

Escrito por Redação ,
Legenda: Pela proposta do governo, o contribuinte deverá passar mais de quatro décadas para aposentar-se com o valor integral do salário
Foto: Foto: Roberto Crispim

Brasília. Em função da forte resistência no Congresso ao texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já admite adiar a votação inicialmente prevista para o dia 8 de maio. "Se possível vamos votar a matéria no dia 8 de maio, se não for possível, a partir do dia 15", disse ele nessa sexta-feira, 21, em Foz do Iguaçu, onde participa do 16º Fórum Empresarial organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

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Apesar de assumir que, hoje, o governo não tem votos suficientes para garantir a aprovação, Maia disse que não se trata de um adiamento. Segundo ele, trata-se de um "aprofundamento na articulação" junto às bancadas para uma melhor compreensão do texto entregue nesta semana pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA).

'Interpretação errada'

"Não haverá adiamento, haverá articulação. E a votação quando estivermos a clareza da vitória. Essa não é uma matéria qualquer que a gente pode perder no mérito. É uma matéria que é o coração do Brasil", disse.

Segundo o presidente, ainda há na cabeça dos deputados e da população uma "contaminação" do texto original. "Houve a interpretação equivocada de que os pobres estavam prejudicados, e não estavam porque a vinculação do salário mínimo nunca saiu", disse.

Responsável pela articulação do Planalto junto ao Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), descarta o termo "adiamento", mas admite que há necessidade de uma discussão mais aprofundada do texto. "É preciso maturar melhor a discussão de um texto complexo que foi entregue nesta semana", afirmou o ministro.

Economia menor

Em seu discurso, Imbassahy disse que o texto original enviado ao Congresso tinha uma previsão de economia de R$ 830 bilhões em 10 anos, "duro de roer". "Tinha coisas ali que era realmente difícil de conseguir o voto do parlamentar", afirmou.

De acordo com ele, se aprovado, o texto do jeito que está, hoje, depois das concessões feitas pelo governo federal no texto original, a economia será de 75% do valor original.

Placar da Previdência

A atualização do Placar da Previdência, levantamento realizado pelo Estado de São Paulo com deputados, depois das mudanças anunciadas na proposta, mostra que o número de parlamentares contrários à reforma subiu para 186, enquanto o dos que são a favor subiu para 70.

Às 16h24 dessa sexta-feira, 21, havia parlamentares 43 indecisos; 106 não quiseram responder; 89 não foram encontrados e 17 não foram contatados. O número evidencia que, mesmo com as ditas concessões feitas pelos governistas, os parlamentares continuam temerosos do resultado da votação nas ruas.

A reforma de Previdência, inclusive, será motivo de protestos em todo o País na próxima sexta-feira (28), quando movimentos sociais e sindicatos articulam uma greve geral para o dia contra a Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência enviada pelo governo federal ao Congresso.

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