Mães: uma semana para os presentes

A venda de móveis e eletrodomésticos para a data deve recuar 2,8% no País, de acordo com pesquisa da CNC

Escrito por Redação ,
Legenda: Diário mostrou em abril que o Dia das Mães no varejo da Capital projeta um avanço de 5%
Foto: FOTO: BRUNO GOMES

Fortaleza/São Paulo. O Dia das Mães será comemorado no próximo domingo (10). Mesmo que a expectativa dos lojistas seja registrar em Fortaleza um crescimento de 5% das vendas em relação ao ano passado, em âmbito nacional, as vendas da data mais importante para o varejo no primeiro semestre não devem trazer um alívio para empresas que acumulam um volume de estoques indesejáveis.

Em abril, 28,3% das companhias do varejo tinham um volume de estoques acima do ritmo de vendas. É a maior marca de empresas com estoques encalhados da série histórica, iniciada em março de 2011, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

"A velocidade de vendas na ponta está aquém dos estoques que os varejistas contrataram", observa o economista da CNC, Fábio Bentes. Ele projeta crescimento de apenas 0,5% das vendas do Dia das Mães, o menor resultado desde 2004, quando houve um recuo de 1,9%.

Esse descompasso entre os estoques e as vendas é maior especialmente nos bens duráveis (31,6%), que são os itens de maior valor, normalmente vendidos a prazo e dependentes do crédito, que está mais caro por causa da subida dos juros para conter o avanço da inflação. As vendas de móveis e de eletrodomésticos devem recuar 2,8% no Dia das Mães, aponta a CNC

Essa freada nos itens de maior valor e dependentes de crédito já foi sentida nas Lojas Cem, rede varejista especializada em eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis.

"Os negócios deram uma retraída nos últimos dois meses", conta o supervisor geral, José Domingos Alves. A projeção inicial da rede era crescer 20% em relação à mesma data de 2014, mas foi reduzida para 5%.

Condições de pagamento

O presidente da CNC diz que não há muito o que fazer em termos de condições de pagamento para impulsionar os negócios, uma vez que o desemprego está aumentando e o consumidor ficou mais cauteloso. Alves acredita que o valor médio dos produtos vendidos deve ser 15% menor em relação ao do ano passado, com retração dos produtos de maior valor.

Essa tendência já foi observada no primeiro trimestre. Segundo fontes do mercado, as vendas de geladeiras, fogões e lavadoras, caíram 15% em relação ao primeiro trimestre de 2014.

Nas TVs, outra linha de itens de alto valor, a retração anual no primeiro trimestre foi ainda maior, de 20%. Neste caso, além da recessão, o resultado foi afetado pela base de comparação forte, que foi a Copa do Mundo de 2014, que puxou as vendas de TVs no primeiro trimestre.

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