Locação na Capital tem rentabilidade de 3,3% em junho

Retorno obtido com o aluguel de imóveis tem se mantido estável em Fortaleza ao longo do último ano

Escrito por Redação ,
Legenda: O preço médio do aluguel por metro quadrado atingiu R$ 16,17 em junho deste ano, o segundo menor do País, atrás apenas do verificado em Goiânia (R$ 16,10). Na média nacional, o valor ficou em R$ 28,51

Colocar um imóvel residencial para alugar em Fortaleza rende ao locatário, em média, 3,3% ao ano. É o que mostra o Índice FipeZap de Locação Residencial referente a junho deste ano. O levantamento, que foi divulgado nesta semana, acompanha o mercado de locação de imóveis residenciais em 15 cidades brasileiras. A rentabilidade obtida com o aluguel de imóveis na Capital cearense ficou abaixo da média nacional para o período (4,4%). Além disso, o retorno também é o menor entre as cidades pesquisadas pelo Índice.

Apesar disso, o rendimento obtido com o aluguel de imóveis vem mantendo certa estabilidade no mercado local, contribuindo para que a locação imobiliária permaneça como uma opção vantajosa para quem busca investir na atividade em Fortaleza, mesmo em um momento de queda no valor médio do aluguel. De acordo com o Índice FipeZap, após crescer 0,21% em maio, o valor médio do aluguel de imóveis na Capital do Estado voltou a cair em junho, apresentando uma retração de 0,54%. Mesmo assim, o índice segue positivo no acumulado deste ano, com alta de 0,12%.

Mesmo com todas as adversidades, para Rodrigo Costa, diretor de locação do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-CE), alugar um imóvel ainda é um bom negócio a longo prazo. "O mercado funciona como um pêndulo: uma hora está em cima e outra está embaixo. Hoje nós estamos embaixo. Mas isso quer dizer que amanhã podemos estar em cima novamente", explica Rodrigo.

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Ele acrescenta que, olhando para um curto período, pode ser que a rentabilidade do aluguel não compense em detrimento de outras possibilidades de investimento, como no caso da poupança, que, segundo ele, dá um retorno todo mês. "Se eu pegar R$ 500 mil e aplicar na poupança e pegar outros R$ 500 mil e investir na compra de um imóvel para locação, ao final de 12 meses a poupança dará mais retorno realmente. Mas em 10 anos, por exemplo, a economia muda, o imóvel valoriza bastante e aí se torna mais vantajoso o aluguel".

O diretor comenta ainda que o segredo é não investir todo o valor disponível em imóveis e sim variar as aplicações.

Além de Fortaleza, outras seis cidades tiveram retração no valor do aluguel em junho deste ano: Rio de Janeiro (0,66%), Salvador (0,63%), Florianópolis (0,54%), Goiânia (0,30%), Campinas (0,25%) e Niterói (0,24%). Na média nacional, os preços ficaram praticamente estáveis, com uma variação positiva de 0,03%.

Valor

De acordo com o levantamento, o preço médio do aluguel residencial em Fortaleza atingiu, em junho, R$ 16,17 por metro quadrado. O valor é o segundo menor entre as 15 cidades pesquisadas, atrás apenas de Goiânia (R$ 16,10). Na média nacional, o preço ficou em R$ 28,51. O maior valor médio do aluguel por metro quadrado foi registrado em São Paulo (R$ 36,74). Para Rodrigo, esse valor é muito variável de acordo com o estado e localização do imóvel, principalmente, mas que pode corresponder sim à realidade. "Esse preço vem caindo porque em 2014, antes da crise, o setor estava bem e muitas pessoas começaram a entrar no ramo e a construir. Mas veio a instabilidade, não foram vendido todos os imóveis disponíveis, o que gerou uma superoferta e a consequente redução dos preços", explica Rodrigo Costa.

Ele avalia que esse valor médio de locação de unidades residenciais deve continuar caindo nos próximos meses devido à instabilidade política, fator que gera influência sobre a economia. "Só veremos uma melhora quando esse cenário se estabilizar. Acreditamos que próximo ano haja uma retomada, mas dependendo do que acontecer ainda pode tardar".

Reajuste

Em todo o País, a maioria dos contratos de aluguel é reajusta pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que subiu 0,53% na segunda prévia de julho, após ter aumentado 1,75% na segunda prévia de junho. A informação foi divulgada, ontem, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumulou alta de 5,94% no ano e de 8 26% em 12 meses.

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de julho. O IPA-M, que representa os preços no atacado, aumentou 0,52%, ante um avanço de 2,24% na segunda prévia de junho. O IPC-M, que corresponde à inflação no varejo, apresentou elevação de 0,39% na prévia de julho, depois de uma alta de 0,99% em igual leitura de junho. Já o INCC-M, que mensura o custo da construção, teve aumento de 0 90% na segunda prévia de julho, depois do aumento de 0,48% em junho.

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