Lançamentos de imóveis devem saltar 20% no CE

A comercialização do setor no Estado deve fechar o ano com valor total de R$ 6 bilhões, segundo o Creci-CE

Escrito por Redação ,
Legenda: Apesar de ter sofrido dificuldades, o mercado imobiliário no Ceará não teve baixas significativas no ano passado
Foto: FOTO: RAFA ELEUTÉRIO

Em meio ao clima de pessimismo com relação à economia brasileira em 2015, que ainda sente os reflexos do baixo crescimento do ano anterior, o mercado de imóveis no Ceará tem perspectivas bastante favoráveis. Espera-se um crescimento de 20% no número de lançamentos imobiliários e incremento de 10% nas vendas em 2015, frente ao total registrado no ano anterior.

A previsão é do presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Apollo Scherer, que esteve reunido com cerca de 130 representantes da entidade no 3º Encontro de Líderes do Interior do Creci-CE. O encontro aconteceu na manhã de ontem, na sede do conselho, localizado em Fortaleza. O representante do conselho prevê que as comercializações do setor no Estado fechem este ano com valor total de aproximadamente R$ 6 bilhões.

"Para 2015, há uma expectativa muito boa. Vai ser um ano em que a economia passa por uma certa intranquilidade. E, em momentos de intranquilidade, o investimento em imóveis é um porto seguro. Comprar o imóvel, ter uma escritura, é o papel mais seguro do mercado", defende Apollo Scherer.

Diferencial de Fortaleza

Scherer acrescenta também que o mercado imobiliário de Fortaleza ainda é favorecido por se diferir do encontrado em outras capitais. "Aqui, nós não temos aquelas grandes empresas, como as do Sul, que são de capital aberto, e que têm metas para cumprir com seus cotistas. Eles têm de lançar na medida do que eles se propõem no início do ano. Então, os lançamentos no Sul do País foram muito grandes (em 2014), houve uma superoferta e isso fez com que os preços, logicamente, tivessem queda", explica.

Dessa forma, o presidente do Creci-CE avalia que o mercado imobiliário tanto no Ceará, de um modo geral, como na Capital não teve baixas significativas em decorrência da baixa atividade econômica de 2014, apesar de ter sofrido dificuldades, principalmente por conta de feriados relacionados à Copa do Mundo e às eleições.

Disponibilidade maior

"Aqui no Ceará, nós temos empresas menores (em comparação ao Sul), que fazem uma pesquisa muito séria de mercado. Nós temos uma disponibilidade de áreas muito maior, com preços muito menores e temos uma demanda muito grande para ser atendida", afirma.

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará tem, atualmente, o registro de 15 mil corretores e mil empresas imobiliárias no Estado.

Interior mais ativo

No Interior, as comercializações do setor se encontram ainda mais aquecidas do que na Capital. É o caso, por exemplo, de Camocim, situada no Litoral Oeste do Ceará, cujo mercado imobiliário tem expectativa de crescimento que varia entre 10% e 15% em 2015.

"Camocim é bem localizada, próxima a um ícone do nosso estado, que é Jericoacoara, e nós estamos com uma perspectiva muito favorável de crescimento no setor, haja vista a expectativa pela chegada de um estaleiro à nossa cidade, que vai representar um polo de desenvolvimento econômico na geração de emprego e renda e, consequentemente, aquecer o mercado imobiliário local", prevê o representante do Creci-CE no município, Reinaldo Veras.

A empresa alemã Nordic Yards assinou, no dia 24 de novembro do ano passado, um Protocolo de Intenções com a Prefeitura de Camocim para a instalação do empreendimento na cidade.

Creci: 10% dos loteamentos são irregulares

No cenário composto de alta movimentação em vendas do mercado imobiliário no Interior do Ceará, o Creci-CE estima que quase 10% dos loteamentos são irregulares, podendo estar relacionados a crimes como tráfico de drogas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

De acordo com balanço do órgão, em 2014, 357 pessoas foram denunciadas pelo Creci-CE à polícia por exercerem ilegalmente a profissão de corretor de imóveis. O advogado do conselho, Ronaldo Pippi, defende que a realidade de loteamentos irregulares no Interior vem "contaminando" o setor, daí a necessidade se constituir uma força tarefa junto a diversos órgãos públicos para coibir o problema.

Fiscalização

"Nós estamos elaborando um projeto para fiscalização dos loteamentos irregulares do interior em conjunto com o Ministério do Trabalho, Receita Federal, Banco Central, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria de Segurança Pública (SSPDS) do Estado do Ceará", afirma o advogado do órgão.

Ronaldo Pippi espera que o projeto entre em prática até março, após realizar encontros e tentar sensibilizar os órgãos. (MV)

Venda de materiais recua 6,6%

São Paulo. As vendas de material de construção recuaram 6,6% em 2014 em relação ao ano anterior. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat), o resultado veio em linha com a última projeção do setor, que previa uma queda de 7%.

Para 2015, o presidente da Abramat, Walter Cover, diz esperar um crescimento real de 1%. Ele destacou a sua expectativa de manutenção dos incentivos do governo ao setor e de expansão dos investimentos no Programa Minha Casa Minha Vida.

Além disso, afirmou que deverá haver uma melhoria no nível de atividade das construtoras, estabilidade nos níveis de emprego e renda e formação de um câmbio mais realista. Em dezembro, o faturamento das vendas de materiais recuou 0,5% ante o mesmo mês de 2013.

Murilo Viana
Repórter

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.