Juros do cartão caem pela metade e atingem 233,9%

Recuo da taxa anual ocorreu no primeiro mês das novas regras para essa modalidade de crédito

Escrito por Redação ,
Legenda: Conforme pesquisa da Abecs, considerando a taxa mensal, os juros do rotativo do cartão de crédito caíram de 15,4% para 10,6%
Foto: Helene Santos

São Paulo. No primeiro mês das novas regras do rotativo do cartão de crédito, as taxas de juros da modalidade dos principais bancos caíram quase pela metade, conforme levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e divulgado ontem (8).

Antes em 456,6% ao ano, a taxa do crédito rotativo cobrada pelos cinco maiores emissores de cartão de crédito caiu para 233,9% ao ano, em média, na terceira semana do mês de abril. Considerando os juros ao mês, a taxa média do rotativo do cartão de crédito recuou de 15,4% para 10,6%, segundo a Abecs.

A redução ocorreu após implementação da Resolução 4.549, do Banco Central, que, desde 3 de abril, passou a limitar em 30 dias o prazo de permanência no crédito rotativo. Diferentemente do que ocorria antes, quem optar por pagar o valor mínimo da fatura do cartão de crédito não poderá fazer essa opção por vários meses consecutivos, mas apenas por um mês. A restrição foi criada para coibir o uso do rotativo e obrigar os bancos a oferecer uma solução de parcelamento para o cartão de crédito com juros mais baratos.

Vale ressaltar que a pesquisa da Abecs possui metodologia diferente da utilizada pelo Banco Central, que ainda não tem dados disponíveis para o mês de abril. Enquanto a Abecs considera apenas os juro das cinco maiores instituições financeiras emissoras de cartão, o Banco Central contempla todos os emissores. Além disso, a Abecs considera somente a taxa de juros do rotativo. Já o Banco Central considera também os juros cobrados de pagamentos atrasados.

Outras linhas

De acordo com pesquisa divulgada ontem (8) pelo Procon-SP, em maio, as taxas médias cobradas pelos bancos para empréstimos pessoais e no cheque especial apresentaram leve recuo em relação ao mês anterior. A pesquisa considerou as taxas praticadas pelo Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander.

No caso do empréstimo pessoal, a taxa média dos bancos pesquisados foi de 6,37% ao mês, 0,03 ponto percentual menor em relação a abril (6,40% ao mês).

Conforme o Procon-SP, em maio, duas instituições financeiras reduziram a taxa do empréstimo pessoal enquanto as outras mantiveram inalteradas suas taxas.

Para o cheque especial, a taxa média dos bancos pesquisados foi de 13,48% ao mês, uma redução de 0,05 ponto percentual na comparação com abril, quando essa taxa estava em13,53%.

O Procon-SP ressaltou, ainda, que "Apesar da taxa Selic ter tido uma queda acentuada na última reunião, verificou-se que a redução foi muito sutil nas taxas médias das duas modalidades pesquisadas".

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