Janeiro encerra com 253 mil vagas a menos

Com o resultado, a taxa de desemprego do País atingiu 5,3%. No mês anterior, a desocupação era de 4,3%, diz o IBGE

Escrito por Redação ,
Legenda: Na comparação com janeiro do ano passado, houve um corte de 1,9%, o que significa a extinção de 224 mil vagas formais
Foto: FOTO: MARÍLIA CAMELO

Rio. Enquanto a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) encerrou o mês de janeiro com 32 mil postos de trabalho a menos, conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Fortaleza (PED-RMF), o mercado de trabalho do País eliminou, no primeiro mês do ano, 253 mil vagas com carteira assinada no setor privado, em relação ao mês de dezembro, uma queda de 2,1%.

As informações são da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada ontem (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa engloba as seis principais regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife). Fortaleza está de fora.

Com isso, o desemprego no País em janeiro subiu para 5,3%. Em dezembro, a taxa de desocupação foi de 4,3%.

Primeira vez

Na comparação com janeiro do ano passado, houve um corte de 1,9%, o que significa a extinção de 224 mil vagas formais. "É a primeira vez que cai a carteira assinada no mês de janeiro (na comparação com o mesmo mês do ano anterior)", ressaltou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "O ano de 2014 teve um dos menores porcentuais de crescimento nesse tipo de vínculo (empregatício)", lembrou. O corte de vagas na indústria, que ocorre principalmente nas regiões metropolitanas de São Paulo e Porto Alegre, pode estar por trás dessa redução na formalidade, de acordo com a técnica do IBGE.

A indústria fechou 216 mil vagas em janeiro em relação ao mesmo mês de 2014. A região metropolitana de São Paulo registrou o mesmo número de vagas extintas no setor no período. A indústria paulista responde por 47% dos ocupados nessa atividade em toda a pesquisa.

"A indústria a gente sabe que é um setor em que a maior parte dos trabalhadores tem carteira assinada, então acaba impactando (a queda nos postos formais)", disse Adriana.

Conta própria

Por outro lado, houve aumento no contingente de trabalhadores por conta própria. A alta, de acordo com o IBGE, foi de 3,3% ante dezembro do ano passado, 144 mil indivíduos a mais nessa condição. Em relação a janeiro de 2014, o trabalho por conta própria aumentou 4,8%, 207 mil ocupados a mais. "Pode haver uma migração de pessoas que antes estavam trabalhando com carteira (assinada no setor privado) e que agora estão trabalhando por conta própria", avaliou a pesquisadora do Instituto.

Alta histórica

Conforme o IBGE, a população desocupada das seis regiões pesquisadas aumentou 22,5% de dezembro do ano passado para janeiro deste ano. Em janeiro, a população desocupada alcançava 1.288 pessoas, ou seja, 237 mil a mais do que em dezembro de 2014. Em comparação a janeiro de 2014, os dados do primeiro mês deste ano registram acréscimo de 125 mil pessoas. Os números significam que, em janeiro de 2015, houve o maior crescimento da população desocupada desde que a série histórica foi iniciada em 2002.

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