IPI para automóveis subirá em 1º de janeiro

Ontem, o ministro da Fazenda se reuniu com o presidente da Anfavea, Luiz Moan, e não sinalizou a prorrogação

Escrito por Redação ,
Legenda: O governo reduziu o IPI em 2012 para ajudar a manter a economia aquecida
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

Brasília. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis será elevado a partir de 1º de janeiro, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Ele esteve reunido, em Brasília, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O governo reduziu o IPI em maio de 2012, para a ajudar a manter a economia aquecida.

Após o encontro, Moan indicou que o ministro, em nenhum momento, sinalizou prorrogar a permanência do imposto reduzido para carros. Anteriormente, outros integrantes da equipe econômica já tinham antecipado que o IPI voltaria em 2015, com as alíquotas cheias.

Sem manobras

Moan disse que a elevação do IPI a partir de 1º de janeiro é uma decisão do governo e não uma suposta manobra das montadoras para melhorar a venda de automóveis no fim do ano.

"É uma decisão que está tomada. Vamos continuar trabalhando com um cenário de elevação do IPI na produção, nas promoções e vendas", disse o executivo da Fenabrave.

Com a elevação, segundo Moan, o IPI do carro popular irá subir de 3%,para 7%; o do carro médio de 9%, para 11%, no modelo flex, e para 13%, nos movidos apenas a gasolina.

A decisão de repassar ou não as alíquotas integralmente para os preços, segundo afirmou, dependerá de cada empresa montadora. Ele não quis antecipar o impacto do reajuste nos preços, mas garantiu que a elevação do IPI não acarretará demissões no setor. "A indústria automobilística tem seus trabalhadores em um nível muito qualificado, o que significa crescimento e treinamento fortes. Então, a indústria sempre evitou fazer uma redução do pessoal em função, justamente, desse investimento que foi feito".

Perspectivas

"Vamos lutar para continuar o máximo possível produzindo e vendendo", declarou. No último dia 11, Moan anunciou que estava otimista em relação ao segundo semestre do setor, em comparação ao primeiro.

Ele tem dito que os meses de novembro e dezembro serão melhores do que a média dos meses de junho a outubro.

O executivo da Anfavea tinha demonstrado, até então, certo pessimismo em relação a 2015, devido ao impacto do retorno do IPI a patamares vigentes antes da crise.

'Compras devem ser antecipadas'

O retorno às alíquotas normais do IPI a partir de janeiro de 2015, o que implicará certamente no aumento dos preços de veículos leves em todo o País, e as indefinições na política econômico - a começar pelo nome do futuro ministro da Fazenda -, que ainda pairam sobre o mercado, acenderam a luz amarela, de alerta, do setor automobilístico, que já trabalha com projeção de queda nas vendas no início do próximo ano.

Para o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores no Ceará (Fenabrave-CE), Fernando Pontes, o impacto só não será maior, no primeiro momento, porque janeiro é o mês de férias coletivas das montadoras, período de manutenção e lubrificação das linhas de montagens, o que reduz a oferta de veículos novos.

"Não vão afetar tanto (as vendas) porque a oferta vai cair e os estoques (de 2014) certamente estarão pequenos", analisa Fernando Pontes.

Oportunidade

Ele acredita que, diante da normalização do IPI, o consumidor que está pensando em adquirir um veículo novo vai aproveitar esses últimos dez dias de novembro e o mês de dezembro para antecipar a compra e evitar a alta do tributo.

"Quem tiver pensando em comprar (um veículo novo) que o faça logo, aproveite a oportunidade (dos preços sem IPI cheio)", sugere Fernando Pontes, para quem ano de 2015, ainda é uma incógnita para o setor.

Desenvolvimento

De acordo com ele, o mercado de automóveis vem se desenvolvendo bem, ao longo deste ano, mas o setor está apreensivo, diante do que pode vir a ocorrer com a economia em 2015. "O ano que vem, vamos ver como é que fica. Estamos apreensivos, porque não sabemos nem quem vai comandar a economia (quem será o novo ministro da Fazenda)", exclama Ponte.

Vendas

Quanto às vendas de novembro, Pontes informa que até a última terça-feira, 19, foram comercializados 3.102 carros novos, 11,2% mais do que nos primeiros 19 dias de outubro. No acumulado de janeiro a outubro, foram vendidos no Ceará, 49.565 unidades, número que pode chegar a 52.200 até o fim deste mês. A meta do ano é vender 60 mil.

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