Investimento do FNE saltou 42% em 2017; R$ 4, 7 bi para o Ceará em 2018

O BNB teve lucro líquido de R$ 681,7 milhões no ano passado. Já o lucro operacional foi de R$ 1,1 bilhão, alta de 160%

Escrito por Armando de Oliveira Lima - Repórter ,
Legenda: O BNB espera contratar R$ 2,645 bilhões nos programas de microcrédito ao longo deste ano

Ao mesmo tempo que divulgou uma aplicação 19,8% maior no último ano, somando 26,4 bilhões e lucro líquido de R$ 681,7 milhões, em 2017 - um dos melhores resultados do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) - Romildo Rolim, presidente da Instituição, informou que R$ 15,97 bilhões do total aplicado foram do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), crescimento de 42%. Ele ainda revelou que cerca de R$ 12 bilhões, dos R$ 30 bilhões previstos para o FNE em 2018 já foram acertados, e mais R$ 6 bilhões estão "em tratativas". Quanto ao Ceará, a meta para este ano é a contratação de R$ 4,78 bilhões no FNE Total - dos quais R$ 2,5 bilhões são destinados para infraestrutura.

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O Estado, segundo avaliou, deve ser beneficiado pelo perfil principal dos investidores em infraestrutura: composto pelos que aplicam em energia, tanto produção quanto transmissão. No mais, o Ceará deve contar com investimento do BNB na ampliação do Aeroporto de Fortaleza, um dos mais comentados quando o assunto é desenvolvimento da Região.

Já sobre os programas de microcrédito, o Banco espera contratar R$ 2,958 bilhões neste ano, sendo o Crediamigo detentor de R$ 2,645 bilhões e os R$ 313 milhões demais para o Agroamigo. As expectativas para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) no Estado, que está dentro do Agroamigo, são de R$ 405 milhões, e para o volume de recursos destinados às micros e pequenas empresas, dentro do FNE, é de R$ 470 milhões.

"Em 2018, a boa notícia é essa: as melhores taxas do FNE, além da metodologia de cálculo delas, que as tornam mais atrativas. A taxa vai de 4,78% ao ano até 5,98% ao ano, para investimento. Então, temos condições efetivas e promissoras para podermos aplicar esses recursos no ano de 2018", garantiu Romildo Rolim em coletiva feita na sede do BNB, em Fortaleza.

Ele ainda comemorou a publicação do Coeficiente de Desequilíbrio Regional (CDR), considerado "a última ponta desse processo para que os bancos que administram fundos constitucionais ficassem livres para efetivar as contratações". O CDR proporcionou o barateamento das taxas do FNE. "No Banco do Nordeste, como estávamos acompanhando esse processo, orientamos técnicos para tratar isso. Já teremos condições, na próxima semana, de estar entregando os instrumentos de crédito, porque ganhamos esse tempo e nos preparamos", afirmou.

Cenário positivo

Ao anunciar o balanço de 2017 - quando o lucro operacional do banco alcançou R$ 1,1 bilhão, alta de 160% - e as metas de 2018, Romildo Rolim já apontou 2019 como o ano de uma grande prestação de contas pelo BNB, por conta da troca de presidente e, possivelmente, da equipe econômica. No entanto, avaliou o cenário atual como promissor e afastou qualquer possibilidade de risco ou ameaça às metas do BNB neste ano, as quais espera serem mais positivas que as apresentadas ontem.

"O tempo é pouco, temos eleições, Copa do Mundo, alguns feriados, mas temos tudo mapeado. Fazemos um monitoramento muito forte com as equipes nos estados e não temos no nosso pensamento nenhum tema que venha comprometer nosso trabalho", reforçou. Na mesma perspectiva, os diretores presentes à coletiva de apresentação dos resultados - a primeira em muitos anos da instituição - endossaram o dito pelo presidente, afirmando que o investidor encontra-se mais confiante e já manifesta interesse.

Além do setor da energia, que atrai investidores do Centro-Sul e também do exterior, o BNB deve atuar ainda no financiamento do saneamento básico das cidades nordestinas, a partir de agora, com intenção manifestada em municípios da Bahia, Piauí e Maranhão, além do Norte do Espírito Santo.

Programas do Banco

Novamente afirmando que "não há expectativa para novo concurso do BNB neste ano", Rolim afirmou que o Programa de Desligamento Voluntário da instituição teve adesão de 234 funcionários em 2017, em um esforço que necessitou de um investimento de R$ 54 milhões. A promessa, segundo os diretores, é que o recurso seja recuperado já neste ano. Outro projeto reforçado em 2017, o Hub de Inovação do Nordeste (Hubine) teve garantias de continuidade com o novo presidente, que conduziu a ex-superintendente de Tecnologia da Informação Lina Angela para conduzir as atividades, "juntamente com o grupo que já estava".

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