Inflação da Capital tem a menor alta desde 2014

Os preços subiram 0,30% no segundo mês deste ano, mostrando desaceleração ante janeiro, segundo o IBGE

Escrito por Redação ,
Legenda: O principal vilão de fevereiro foi o grupo Transportes (1,98%), com destaque para os ônibus urbanos, subgrupo que teve alta de 7,99% no IPCA
Foto: Foto: José Leomar

A inflação de Fortaleza medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou ao passar de 0,62% em janeiro para 0,30% em fevereiro, menor alta para o mês desde 2014, quando os preços variaram 0,19%. Em novembro do último ano, a taxa para a Capital chegou a ficar em 0,13%

Apesar da desaceleração, o IPCA da Capital cearense acumulado nos últimos 12 meses (6,92%) ainda é o maior do País. Nos dois primeiros meses de 2017, a inflação de Fortaleza chega a 0,92%. Os dados foram divulgados nessa sexta (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos nove grupos analisados pelo IBGE, quatro apresentaram deflação em fevereiro. O grupo Vestuário caiu 0,99%. As outras baixas foram observadas em Alimentação e Bebidas (-0,26%), Despesas Pessoais (-0,03%) e Habitação (-0,02%).

O principal vilão de fevereiro foi o grupo Transportes, com alta de 1,98%, sendo destaque o subgrupo ônibus urbano, que subiu 7,99%. Entre os outros grupos que contribuíram para a alta dos preços em Fortaleza estão os grupos Comunicação (0,89%), Educação (0,77%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,73%) e Artigos de Residência, com alta de 0,41% em fevereiro.

Itens

Por subitem, as variações mais expressivas foram observadas nos preços dos artigos de maquiagem (16,83%); do curso técnico (13,06%); da laranja-pêra (12,47%); da cenoura (11,19%) e da farinha de mandioca (9,8%). As principais deflações ficaram por conta do feijão-carioca ou rajado (-15,13%); do mamão (-9,15%); carne-seca e de sol (-6,57%); hotel (-5,94%) e feijão-macassar ou fradinho, com deflação de 5,71%.

Brasil

No País, o IPCA de fevereiro apresentou alta de 0,33% ante variação de 0,38% registrada em janeiro. Foi a taxa mais baixa para os meses de fevereiro desde o ano 2000, quando inflação dos preços ficou próxima da estabilidade (0,13%). Em fevereiro de 2016, a taxa atingiu 0,90%.

Considerando os dois primeiros meses do ano, o índice está em 0,71%, percentual bem inferior aos 2,18% referentes a igual período de 2016. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice foi a 4,76%, enquanto havia registrado 5,35% nos 12 meses imediatamente anteriores.

O grupo Educação, com alta de 5,04% e impacto de 0,23 ponto percentual, dominou o IPCA do mês, sendo responsável por 70% do índice de preços, devido aos reajustes habitualmente praticados no começo do ano letivo. Em contrapartida, o grupo Alimentação e Bebidas caiu 0,45%, ajudando a conter o IPCA do mês, tendo em vista o impacto de -0,11 ponto percentual.

O economista Alex Araújo destaca que a forte desaceleração de fevereiro mostra que há uma tendência de redução, descrita por ele como "muito saudável para e economia". Ele ressalta que essa desaceleração, além da redução do custo de vida da população, possibilita a redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 12,25% ao ano.

"A expectativa é que o banco acelere essa redução nos juros com a inflação mais baixa, o que traz uma série de benefícios. Ainda que tenhamos problemas localizados em Fortaleza, ela deve acompanhar a tendência nacional de queda", avalia Araújo.

Contudo, o economista frisa que a economia ainda não retomou. "A demanda por novos produtos ainda está baixa, mas essa expectativa de fechar com inflação entre 4,3% e 4,5%, bem menor que os dois últimos anos, traz um grande alívio para o orçamento das famílias, uma vez que permite a recomposição do poder de compra. A renda média do cearense está muito baixa, então o nosso consumidor sente muito mais a aceleração da inflação do que o resto do País".

Taxa de juros

"A expectativa é que o Banco Central acelere essa redução nos juros com a inflação mais baixa, o que traz benefícios".

Alex Araújo
Economista

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