Indústria quer retomada; Fiec presta homenagens

Em meio à crise econômica e ao turbilhão político em Brasília, a indústria vem enfrentando dificuldades. No Ceará, essa realidade não é diferente, mas mesmo assim há segmentos, como o têxtil, metalurgia e de fabricação de calçados e couros, que vem apresentando avanço na produção neste ano. "Não é um quadro de retomada ainda, mas eles melhoraram o seu desempenho", destaca o assessor econômico da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Carlos Manso.

Diante dos bons resultados e muitos desafios do setor, acontece hoje à noite a tradicional comemoração alusiva ao Dia da Indústria, promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará.

Os homenageados deste ano serão o empresário do setor do agronegócio, Carlos Prado; o engenheiro civil e construtor Carlos Gama; e o agrônomo e presidente do Grupo Telles, Everardo Telles. Eles irão receber a Medalha do Mérito Industrial, em solenidade realizada no La Maison Buffet, em Fortaleza. Na ocasião, o governador Camilo Santana será agraciado com a Ordem do Mérito Industrial, concedida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Desafios

Para a indústria, um dos mais importantes fatores para a retomada do crescimento é a estabilidade macroeconômica, aponta Carlos Manso. "É a previsibilidade em relação a câmbio e juros. Os industriais precisam dessa estabilidade para tomar as decisões". Essa situação está bastante afetada pelas recentes delações do dono da JBS, Joesley Bastista, que comprometem a permanência do presidente Michel Temer no cargo. Segundo o assessor, isso dificulta a previsão de quando a indústria cearense e a nacional voltarão a crescer de forma sustentável. "A incerteza política hoje não permite que a gente possa assegurar um cenário. É preciso esperar os próximos dias", pontua.

Panorama

A produção física da indústria cearense teve recuo de 3,8% no último mês de março em comparação a igual período de 2016, segundo dados do Panorama Industrial da Fiec, a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número representa o terceiro pior resultado do País - no Amazonas, a queda foi de 7,3% e na Bahia, de 4,3%. A produção no Ceará também foi pior que a média nordestina (-2,5%) e nacional (1,1%). Já no acumulado deste ano até março, a indústria cearense teve um recuo de 2,2%, segundo pior resultado do País. O setor cearense só não está pior que o da Bahia, que amarga uma queda acumulada de 8,3% no período.

Dentre os segmentos que avançaram no acumulado do primeiro trimestre, estão indústria têxtil (16,3%), metalurgia (11,7%), calçados e couro (9,6%). O segmento que apresenta o pior número é o de produtos de metal (-45,2%). Também tiveram recuo petróleo, derivados e álcool (-32%) e minerais não metálicos (-13,4%).

Mais informações:

Solenidade de comemoração do Dia da Indústria. Hoje, às 19h, no La Maison Buffet, localizado na Av. Engenheiro Luiz Vieira, 555, no bairro Dunas, em Fortaleza

Dia da indústria 

Conheça o perfil dos condecorados

Camilo Santana

Filho de Eudoro e Ermengarda Santana, Camilo Sobreira de Santana nasceu no Crato, em junho de 1968. Casado com Onélia Leite e pai de Pedro e Luisa, ainda na faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Ceará (UFC) deu os primeiros passos na vida política ao participar do movimento estudantil. Foi secretário nos dois mandatos do governador Cid Gomes. Em 2012, foi eleito governador com 53,35% dos votos válidos.

Carlos Prado

Um dos maiores empresários do ramo do agronegócio brasileiro, Carlos Prado nasceu em Marília, São Paulo, em fevereiro de 1941. Chegou ao Ceará em agosto de 1973, quando fundou a Cemag. Em 1995, liderou a criação do Trade Point do Ceará, que viria a ser transformado em Centro Internacional de Negócios (CIN). Presidiu a Comissão Nacional de Fruticultura da CNA. Foi membro do Conselho de Integração Nacional da CNI.

Carlos Gama

Nasceu no Rio de Janeiro, mas tem o Ceará como sua terra desde os 10 anos de idade. Formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e em Direito da Universidade de Fortaleza (Unifor). Desde 1985 é sócio proprietário da Construtora Placic. Participa de entidades classistas desde 1990, em especial no Sinduscon-CE, onde foi conselheiro e atualmente ocupa a vice-presidência da Área Imobiliária.

Everardo Telles

A história da Ypióca se iniciou em 1843 com a vinda do português Dario Telles de Menezes para o Brasil. Everardo Telles consolidou o legado deixado por seus antepassados. Foi ele que, a partir da década de 1970, iniciou o maior período de expansão e diversificação dos negócios da empresa. Sob seu comando, o Grupo Telles passou, em agosto de 2012, o comando do negócio de bebida alcoólica para uma multinacional.