Indústria quer novo Refis sem multa e juros

Entre as demandas dos industriais, estão também mudanças no prazo e no valor de entrada

Escrito por Redação ,
Legenda: O programa, hoje, oferece quatro modalidades aos industriais, três delas com a necessidade de pagamento à vista e em espécie de um porcentual da dívida

Brasília. Um pedido de revisão na Medida Provisória 766, que criou o Programa de Regularização Tributária (PRT), foi apresentado ontem (24) por representantes do setor industrial ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Entre as demandas está a redução de valores cobrados em multa e juros, a retirada da necessidade de apresentação de garantias no caso de parcelamento de débitos superiores a R$ 15 milhões, além da mudança em condições de adesão, como prazo e valor de entrada do refinanciamento. Na saída da reunião, o ministro do Planejamento Dyogo Oliveira, também presente, não quis conceder entrevista.

O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, que também é representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), disse que a MP 766 não atende à indústria e, para que ela tenha adesão maior, "precisa ser revista não só no Congresso, mas o governo federal também tem que estar aberto para receber as sugestões".

"Um ponto que precisa ser trabalhado é a retirada de multa e de juros do parcelamento. Essa seria a principal demanda da indústria, porque, com 120 meses (de prazo para pagamento), os valores de face vão dobrar. Automaticamente os devedores não terão condições de pagar", acrescentou Guerra.

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, destacou que a categoria também pediu mudanças nas condições de adesão ao refinanciamento. Originalmente, o programa oferece quatro modalidades, três delas com a necessidade de pagamento à vista e em espécie de um porcentual da dívida, de 20% ou de 24%, e um prazo de pagamento de até 120 meses. "Queríamos que fosse considerada a possibilidade de ampliação do prazo de pagamento, sempre a partir de um porcentual de faturamento das empresas", disse Côrte.

Adesão

Ele afirmou que foi apresentado pedido pela uniformização dos programas - hoje, há um para débitos junto à Receita Federal e outro para dívidas junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que cuida da Dívida Ativa da União.

Eles ainda solicitaram a eliminação das garantias exigidas no caso de parcelamentos superiores a R$ 15 milhões. Quatro senadores participaram da reunião, na tentativa de mostrar abertura ao diálogo. "Não se pode matar a galinha que está produzindo, e as multas dificultam muito a adesão ao Refis", disse a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP).

"Ficou claro que empresários estão querendo mais medidas no sentido de trazer recuperação da economia de maneira mais rápida", afirmou o senador Cristóvam Buarque (PPS-PE). Também estavam presentes os senadores José Medeiros (PSD-MT) e Rose de Freitas (PMDB-ES). Além de Meirelles e Dyogo, estavam presentes o secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.

Segundo afirmaram os empresários da indústria, a Fazenda ficou de estudar as possibilidades e dar indicações até o dia 31 de janeiro, quando haverá novamente uma reunião entre os presidentes de federações industriais de todo o País.

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