Indústria espera agenda positiva do BNB e BNDES

Entre as recomendações apresentadas pelo setor produtivo, está a adequação do sistema tributário brasileiro

Escrito por Redação ,
Legenda: Na pauta do encontro entre Banco do Nordeste e BNDES, estaria uma agenda comum em favor da região Nordeste

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studart, mostra-se esperançoso em um debate positivo para o setor industrial no encontro que ocorre hoje entre os presidentes do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Marcos Holanda, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Na última sexta-feira (12), em visita de Holanda à Fiec, Studart entregou uma lista de propostas ao presidente da instituição financeira regional.

> Banco deve aplicar R$ 3 bi em MPE's

Dentre as recomendações entregues, estão a adequação do sistema tributário brasileiro para o desenvolvimento regional; a ampliação e modernização da infraestrutura com foco nas regiões menos favorecidas; e o fomento à inovação tecnológica a partir de critérios de desenvolvimento regional.

Na pauta do encontro entre BNB e BNDES, estaria uma agenda comum em favor da região Nordeste. A reportagem entrou em contato com o BNB, mas a informação repassada através da assessoria de imprensa foi que o presidente do banco não iria comentar a reunião nem o teor da pauta a ser tratada com o BNDES antes de o encontro efetivamente acontecer.

Entretanto, a expectativa de Studart é que incentivos à indústria sejam levados a discussão no encontro. "Minha expectativa é que exista um estreitamento das relações, de tal forma que o BNB possa ser o grande agente repassador de recursos do BNDES aqui na área. Outro fato relevante, na sequência desse entendimento, é que o BNDES possa alocar seus recursos em linhas próprias para financiamentos de toda natureza e, principalmente, com o foco na geração de energia, de forma que exista um incremento. O Ceará hoje é um grande potencial de geração de energia. Que o BNB se posicione para usar os recursos do BNDES. E que essa relação entre os dois possa resultar nessa aproximação para repasse de recursos, para financiamento da indústria de uma forma geral", afirmou.

Riqueza

Quando visitou a Fiec, Marcos Holanda disse que, apesar de estar perdendo participação na economia nacional, a indústria tem grande importância no processo de desenvolvimento do País, do Nordeste e do Ceará.

Na opinião do presidente do BNB, as empresas do setor são fundamentais para combater a pobreza e fomentar a riqueza na região, dialogando com o papel do banco. Desta forma, o presidente da Fiec ainda destacou que aguarda maior atenção dos duas instituições às empresas de médio porte. Sem descartar a importância dos micro e pequenos empreendimentos, Studart enfatizou a necessidade de atenção àquelas empresas de maior movimentação financeira.

"Não quero pensar em coisas somente pequenas, micro e mini empresas. Precisamos pensar nelas, mas também e sobretudo em empresas médias, geradoras de riqueza. Marcos Holanda disse uma coisa importante: ao eliminar a pobreza, vamos trabalhar o enriquecimento das empresas. Pois elas ajudam no enriquecimento das pessoas, como por exemplo, quando mudam o potencial intelectual, ao oferecer treinamentos aos funcionários", apontou ele.

Beto Studart diz ainda que tem mantido contato constante com Marcos Holanda, no sentido de fomentar ações em prol do segmento que representa. "São coisas que a gente conversa de forma sistemática. A federação, de forma geral, sempre conversa sobre as necessidade", garantiu.

Reunião

O próprio presidente da Fiec também pretende conversar pessoalmente com o presidente do BNDES. Conforme Studart, já há uma reunião agendada para os próximos dias.

"Próxima semana, terei um encontro com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e BNDES, para tratar a administração e alocação de fundos para ciência e tecnologia. A Finep deveria alocar no Nordeste 30% dos recursos destinados a pesquisa e inovação. Mas os editais dentro destes fundos normalmente não contemplam a indústria cearense, e os recursos nunca chegam. Vamos conversar com o presidente para saber se há como adaptar os editais para termos acesso a esses financiamentos na indústria cearense", projetou o empresário.

Levi de Freitas
Repórter

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.