Indústria de chocolate deve gerar 29 mil vagas temporárias

Marca representa um aumento de 11% no número de contratados do ano passado, segundo a Abicab

Escrito por Ângela Cavalcante - Repórter ,
Legenda: Reajuste médio nos produtos chega a 10%, na estimativa do presidente da Arcor
Foto: Foto: KID JÚNIOR

São Paulo. Data mais importante do calendário para o setor, a Páscoa promete aquecer a indústria brasileira de chocolates que, a despeito da crise econômica, deve gerar 29 mil empregos temporários em todo o País para atender a demanda da tradicional festa em 2016. O número de vagas estimadas representa um incremento de 11% em relação à Páscoa anterior, quando foram gerados pelo segmento cerca de 26 mil postos de trabalho temporários no Brasil.

A projeção é da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), que apresentou durante o Salão de Páscoa 2016, realizado no último mês de janeiro, em São Paulo, as tendências e os lançamentos do segmento para este ano, reunindo 11 marcas dos maiores fabricantes do País, que apresentaram no evento 147 lançamentos entre ovos de Páscoa e outros produtos temáticos de chocolate. Conforme a entidade, as marcas presentes no Salão representam 92% do mercado nacional de chocolates.

> Doces de Páscoa rendem até 120% do dinheiro aplicado 

> Nordeste está na mira dos fabricantes
 
Otimismo impera

De acordo com o vice-presidente de chocolate da Abicab, Ubiracy Fonseca, "o setor se mantem otimista, apesar da atual situação econômica do País". "Esses empregos temporários se destinam, sobretudo, a produção, promoção e venda de produtos até março deste ano. Muitas empresas estão investindo em seus pontos de venda para atrair os consumidores", explica.

Sobre o número expressivo de lançamentos, ele adianta que "haverá alternativas (de produtos) para todos os bolsos e perfis de consumidores". No Salão, as marcas apresentaram produtos com preços a partir de R$ 4,49 (Arcor) até R$ 462,00 (Kopenhagen). A maioria das empresas espera manter o mesmo patamar de vendas do ano passado. Elas garantem que o valor dos ovos será reajustado em menos de 10% nesta Páscoa.

Image-2-Artigo-2013131-1

Anderson Freire: "a Páscoa Arcor será voltada para o público infantil, com brindes úteis"

"Teremos um reajuste médio nos produtos para a Páscoa abaixo de 10% para cobrir os custos. Em contrapartida ofereceremos produtos com preços bem acessíveis, de R$ 4,49 até R$ 40,00", afirma Anderson Freire, gerente de Marketing da Arcor, cujo foco dos produtos é o mercado infantil. "Diferente de outros players, a Páscoa Arcor será voltada para o público infantil, com brindes úteis como sombrinha e lancheira com cantil, por exemplo. Porque a mãe pesa a utilidade do brinde na hora de comprar o ovo de chocolate do filho", argumenta sobre a opção estratégica da empresa.

Investimento

Segundo Freire, o investimento da Arcor na Páscoa 2016 é de mais R$ 80 milhões, considerando a produção desde julho de 2015 até 27 de janeiro último. "Nossa expectativa é crescer 10% no faturamento". Em relação ao ano de 2016, sua projeção é mais tímida. "Esperamos manter os resultados do ano passado, quando registramos faturamento de R$1 bilhão no ano. Nesse cenário de crise, não ter retração já significa um crescimento", resume. A expectativa da Abicab é manter o volume produzido e comercializado no ano passado. "Em 2015 produzimos quase 20 mil toneladas de ovos, o equivalente a cerca de 80 milhões de ovos. Nesse ano não deve ser diferente, embora algumas empresas devam crescer mais. Mas o certo é que todas fizeram o dever de casa para poderem ofertar preços mais competitivos, com menos repasse possível aos preços dos produtos", assegura Ubiracy.

A jornalista viajou a convite da Abicab

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.