Indústria cobra segurança jurídica para setor crescer

A CNI apresentou, ontem, aos candidatos à Presidência da República, 43 propostas para a atividade

Escrito por Ana Carolina Curvello - Repórter ,

Brasília (Sucursal). A Confederação Nacional da Indústria (CNI) promoveu nesta quarta-feira (4), em Brasília, o Diálogo da Indústria com os Candidatos à Presidência da República. Na sabatina com os presidenciáveis, foram apresentadas 43 propostas do setor industrial para estimular o crescimento do País nos próximos quatro anos.

As propostas tiveram como base o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 e sugerem ações em áreas como eficiência do estado, segurança jurídica, infraestrutura, tributação, educação, meio ambiente, inovação, financiamento e segurança pública. Os candidatos que participaram do debate com os empresários foram: Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos).

Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o Brasil atravessou pela pior crise econômica e política das últimas décadas e precisa adotar soluções para a retomada da economia. "A indústria tem tido papel indispensável como fonte de soluções para a criação de empregos de qualidade, o aumento de produtividade e a inovação", afirmou.

Robson reforçou que o próximo governo terá de avançar na agenda de segurança jurídica e na melhora da qualidade da governança do poder público. O presidente da CNI relembrou ainda que a instabilidade de regras, a falta de clareza nas leis originadas do Congresso Nacional, as mudanças constantes na interpretação de leis e conflitos entre Poderes têm criado um ambiente de elevado custo para o investimento, freando o crescimento da economia. "O Estado precisa ser eficiente, aperfeiçoar o funcionamento da máquina pública, reduzir a burocracia e aumentar a capacidade de prover serviços adequados", disse.

Ceará

Mais de 60 industriais do Ceará acompanharam o diálogo da Indústria com os candidatos. O diretor administrativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, ressaltou que as reformas precisam ser prioridades do próximo presidente da República. "Há necessidade de uma reforma tributária e previdenciária. A tributária, especialmente, porque é um absurdo uma empresa presente em 20 estados ter uma política fiscal para cada estado".

O diretor do SindiVerde e presidente do conselho temático do Meio Ambiente da Fiec, Marcos Albuquerque, defendeu o desenvolvimento sustentável como uma das prioridades para o próximo governo. "Espero que algum candidato toque na parte ambiental que é fundamental para o País", alertou.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará (Simec), Sampaio Filho, todas as 43 propostas sugeridas pelos industriais devem ser prioritárias. Porém, ele ressalta como mais urgente a insegurança jurídica e parte do Fisco. "Precisamos destravar e desburocratizar muitas das ações que ocorrem por termos esses problemas", declarou.

Sampaio também declarou que a privatização no setor de energia elétrica pode ser bem-vinda. "É um setor estratégico para o Brasil e vejo com bons olhos", disse.

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