Indústria cearense fica mais desaquecida em fevereiro

Escrito por Redação ,
Legenda: O nível elevado dos estoques indica redução da demanda, situação que só deve ser revertida no segundo semestre deste ano
Foto: FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Mesmo com expectativas otimistas dos industriais, que acreditam em aumento da demanda ao longo dos próximos seis meses, o mês de fevereiro foi de queda na produção industrial cearense, segundo aponta a Sondagem Industrial, divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Pelo quarto mês consecutivo, o setor apresentou redução no uso da capacidade efetiva e no número de empregados, além de manter os estoques em nível elevado.

A Sondagem Industrial é uma pesquisa de opinião feita com industriais de pequeno, médio e grande porte, cujo indicador varia entre 0 e 100 pontos, sendo que a linha de 50 pontos indica estabilidade. Em fevereiro, três dos quatro itens analisados registraram menos de 50 pontos, refletindo queda dos índices.

Para o economista do Núcleo de Economia e Estratégia da FIEC, Guilherme Muchale, a pesquisa evidencia a situação complicada que a indústria vive. "Basicamente, esse cenário de estagnação da produção só vai mostrar recuperação quando tiver crescimento da demanda e diminuição dos estoques", diz Muchale, projetando essa recuperação apenas para daqui a seis meses.

De acordo com os dados da Sondagem Industrial, a utilização da capacidade instalada cearense em fevereiro deste ano registrou 35,7 pontos, o pior resultado da série histórica iniciada em 2010. A evolução da produção atingiu 40,1 pontos no mês passado, enquanto o número de empregados ficou em 44,7 pontos. O único índice que ficou acima de 50 pontos foi o dos estoques, 50,8, resultado que aponta redução na demanda.

Expectativa de retomada

Apesar da retração nos índices produtivos, a expectativa dos industriais cearenses é positiva, segundo aponta o levantamento, uma vez que itens como intenção de investimentos, compra de matérias-primas e crescimento da demanda, com projeção para os próximos seis meses, registraram mais de 50 pontos.

"O indicador é positivo pelo fato de a economia cearense apresentar uma dinâmica diferente. Nos últimos dez anos, o Ceará tem crescido mais que o Brasil, então, os empresários já conseguem enxergar uma retomada econômica no segundo semestre", aponta Muchale.

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