Imóvel: rendimento é baixo em 2015

Geralmente usado para reajustar os contratos de aluguel, o IGP-M tem subido abaixo da inflação oficial do País

Escrito por Redação ,
Legenda: Quem busca comprar um imóvel deve deixar o dinheiro da entrada em aplicação de baixo risco
Foto: FOTO: FÁBIO LIMA

São Paulo. Quem tiver dinheiro na mão para comprar um imóvel para morar pode fazer um bom negócio, aproveitando o desaquecimento do mercado. Por outro lado, quem pretende investir em um segundo imóvel com o objetivo de ganhar com a valorização ou com a renda de aluguel, dificilmente conseguirá ganhar muito além da inflação, afirmam especialistas.

O índice geralmente usado para reajustar os contratos de locação, o IGP-M, tem subido abaixo da inflação oficial, medida pelo IPCA. A expectativa dos especialistas é que a valorização dos imóveis, tanto novos quanto antigos, acompanhe a inflação, o que significa ganho real (acima da inflação) baixo para o investidor. "Não é um bom momento para a pessoa comprar esperando a valorização para ganhar na diferença de preço", disse Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site de comparação de produtos financeiros.

O aluguel perde até para a poupança entre alternativas de investimento pelos próximos 12 meses, após desconto de Imposto de Renda.

Já para quem pretende comprar para morar - e, portanto, não vê como prioridade retorno financeiro imediato na aquisição - há oportunidades de compra em três frentes principais, diz Celso Amaral, diretor da Geoimovel, empresa de monitoramento imobiliário. De construtoras com estoques cada vez maiores, precisando vender, de pessoas que compraram unidades na planta e não terão condições de arcar com o financiamento, e de proprietários querendo vender para fazer caixa.

"Se o comprador tem o dinheiro na mão, consegue fazer um bom negócio na compra da moradia, com desconto de 30% a 35% em imóveis novos", disse.

Entrada

Para quem está pensando em comprar a casa própria, deve ficar atento ao dinheiro reservado para a entrada. Conforme especialistas, o dinheiro reservado ao pagamento da entrada de um imóvel deve ser mantido em aplicações de baixo risco.

A poupança, que teve perda real de 0,64% em fevereiro - ou seja, perdeu para a inflação -, é uma opção a ser considerada, se o horizonte de tempo for de até um ano, diz o planejador financeiro Ricardo Gomes da Silva.

Acima desse prazo, o ideal é buscar outras aplicações conservadoras, em especial as que seguem os juros do governo (taxa Selic) como as LCI (Letras de Crédito Imobiliário, isentas de Imposto de Renda), fundos DI com taxa baixa de administração e os CDB (Certificados de Depósitos Bancários) pós-fixados. Há ainda a versão prefixada (com taxa de retorno determinada no momento da compra) desses investimentos, que costumam ter taxas maiores para compensar o risco de alta dos juros.

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