Hoje, todos são comunicadores

As organizações vivem grandes desafios na sua comunicação interna. O ambiente dentro das empresas agora é multi

Escrito por Valerya Abreu - Colunista ,

A evolução da comunicação, em função das novas plataformas de mídia, em especial as redes sociais, tem gerado muitas mudanças. Uma delas vem acontecendo na área de comunicação interna das empresas, que vem experimentando verdadeira revolução as vezes desapercebida, silenciosa. O ruído no entanto, já é grande. Donos de meios de comunicação próprios e muitas vezes já grandes "audiências", o chamado público interno não é mais tão internalizado assim e tem muito poder de fogo.

A área interna deixou de ser uma área de produção de conteúdo determinado e está cada vez mais longe de controle. A preocupação passa a ser a gestão dessa multiplicidade de meios, de interlocutores, de representantes da instituição e de sua marca perante os próprios clientes e consumidores, perante o mundo. A gestão dos times internos passa agora também pela compreensão das características, obrigando as empresas a fazer uma espécie de curadoria dos conteúdos destinados a esse público e ao mesmo tempo dos conteúdos produzidos pelo público interno e passando a exercer um papel inédito de "fomentador" das conversas entre os funcionários sobre temas estratégicos .

O papel institucional inerente ao modelo que predomina nas áreas de comunicação, no entanto, ainda predomina na atividade, ficando o protagonismo dessa comunicação mais colaborativa para as organizações mais ousadas. O grande ponto está em reconhecer que as pessoas estão vivendo, em casa ou na empresa, um intenso ativismo nas mídias sociais, compartilhando suas ideias e visões pessoais sobre qualquer assunto.

E como fazer para a comunicação interna abraçar esses novos tempos e encontrar um equilíbrio, ao mesmo tempo em que engaja e fortaleça as boas relações internas em paralelo com esse ativismo social tão presente no dia a dia das pessoas. O lado positivo é que a consequência desse contexto aponta para o debate interno, para uma maior troca de ideias e para uma maior produção de conhecimento, em que todos ganham, que pode, inclusive, favorecer a inovação e o desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Protagonismo

Esse verdadeiro movimento de transformação está provocando uma mudança grande na forma como o time de comunicação trabalha, exigindo que as equipes desenvolvam, inclusive, novas competências e expertise, além do uso, conhecimento e domínio de novas ferramentas e métodos de trabalho. O que passa por uma integração permanente com as mais diversas áreas da empresa, especialmente a área de Recursos Humanos.

Assim, em meio a esse turbilhão de questões, desafios e oportunidades que o público interno apresenta hoje para o negócio, independente do segmento, a grande questão que se coloca é como eu vou me aliar a minha força de trabalho, incorporando alguns dos seus valores e criando uma grande teia colaborativa onde todos, uns mais outros nem tanto, produzem e consomem conteúdos.

Entender a complexidade das relações humanas dentro de qualquer organização, ao mesmo tempo em que se faz um esforço para alinhar tudo isso com o propósito, estratégias e objetivos da empresa mais do que nunca são fundamentais. Nem a empresa nem a área de comunicação falam mais sozinhas. Hoje, todos são comunicadores.

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