Greve continua e fecha 64,5% das agências do CE

Não houve consenso na reunião realizada ontem com a Fenaban. Nova rodada de negociações ocorrerá na quinta-feira

Escrito por Murilo Viana - Repórter ,
Legenda: No Estado, 362 das 561 agências e unidades bancárias estão sem atividades, segundo levantamento do Seeb-CE
Foto: FOTO: NATASHA MOTA

A greve dos bancários no País chega hoje ao nono dia. O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não chegaram a um consenso na rodada de negociações realizada ontem, em São Paulo, e a reunião acabou sendo suspensa. Elas será retomada na próxima quinta-feira, às 16h, no mesmo local. A paralisação da categoria irá permanecer, portanto, pelo menos até esse dia.

No Ceará, 362 das 561 agências e unidades bancárias (64,5% do total) estão paralisadas, segundo levantamento do Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará (Seeb-CE). O número cresceu 6,3 % em comparação ao apresentado na última segunda-feira, quando eram 327 unidades paradas. Os dados do Sindicato também mostram que a adesão à greve está um pouco maior na Capital, onde 171 das 258 unidades e agências existentes estão fechadas, 66,3% do total. No Interior, a adesão chegou a 191 de 303 locais (63%).

No Brasil, cerca de 12 mil agências aderiram à paralisação, número que representa 51% de todas as agências do Brasil, segundo a Contraf (Confederação Nacional Trabalhadores Ramo Financeiro). A mobilização cresceu 4% na comparação com segunda-feira (12). As entidades que representam os bancos não fazem levantamento da quantidade de agências e unidades paralisadas.

De acordo com o presidente da entidade, Carlos Eduardo Bezerra, a Fenaban não apresentou na rodada de ontem novas propostas em relação as que já haviam sido mostradas na rodada de negociações anterior, que aconteceu na última sexta-feira (9). "Eles mantiveram as propostas, não querem reconhecer a perda inflacionária para os bancários e querem ficar discutindo futuro", disse Bezerra.

Propostas e demandas

A Fenaban ofereceu na última sexta-feira propostas que incluem um aumento de 7% no salário e demais benefícios (Programa de Participação nos Lucros e Resultados, auxílios refeição, alimentação, creche) mais um abono de R$ 3.300 e piso salarial de R$ 2.856,31.

Os bancários avaliam que proposta ainda é insuficiente e segue abaixo da inflação do período, de 9,62% até agosto e querem reajuste desse índice mais 5%. Eles também querem piso de R$ 3.940,24, equivalente ao salário mínimo calculado em junho pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e R$ 880 em vales-alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche.

Serviços disponíveis

Durante o período de greve, clientes dispõem de internet banking; aplicativos para celular e tablet; caixas eletrônicos; e correspondentes bancários (lotéricas, Correios e supermercados) para realizarem serviços como saques, transferências e pagamento de contas.

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