Governo trabalha para reverter mudança

Escrito por Redação ,

Brasília. O Palácio do Planalto quer reverter no Senado a medida aprovada na última quarta-feira (24) na Câmara que estende o reajuste do salário mínimo a todos os aposentados. Com a ação, o governo quer evitar o desgaste pelo qual a presidente Dilma Rousseff passaria se tivesse que vetar o projeto - que aumentaria os gastos públicos.

Segundo o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a mudança geraria um impacto de R$ 9,2 bilhões à Previdência Social caso valesse desde o início deste ano e, por isso, "não há como sustentar essa estratégia".

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A aprovação foi criticada até mesmo pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, responsável pelas maiores derrotas legislativas do governo neste ano.

Nesta quinta-feira (25), Dilma recebeu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Romero Jucá (PMDB-RR) para discutir reforma política. A sustentabilidade da Previdência Social, porém, também foi tema de discussão. Aloizio Mercadante e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participaram do encontro.

"O Congresso tem tido responsabilidade diante de matérias fiscais. Tenho certeza que encontraremos solução para aprofundar a discussão do futuro da Previdência", disse Aloizio Mercadante após a reunião. "Precisamos ter consciência das limitações fiscais que estamos atravessando", completou.

Renan, por sua vez, preferiu não se comprometer com uma reversão do resultado da votação na Câmara por parte dos senadores, mas disse que tem "muita preocupação com a sustentabilidade da previdência".

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse nesta quarta-feira que, caso a emenda que estende o reajuste real para aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo também seja aprovada pelo Senado, a presidente Dilma Rousseff vai vetar a medida.

Questionado se Dilma vetaria a emenda, Guimarães respondeu: "Claro que vai!"

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