Governo estuda recursos para financiar imóveis

Escrito por Redação ,
Legenda: Ontem, o ministro da Fazenda também destacou que o Brasil não pode continuar oferecendo reajuste de salários sem aumento da produtividade
Foto: FOTO: AG. BRASIL

Londres. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, confirmou ontem (13), que o governo estuda medidas para aumentar os recursos do financiamento imobiliário, mas destacou a necessidade de que levem em conta o ajuste fiscal em curso.

"Tudo isso tem de ser num contexto em que o ajuste fiscal tem impacto direto. Quanto mais cedo a gente resolver essas questões, não só podemos tratar de outras questões, como a economia começa a ir na direção que estamos procurando", afirmou a jornalistas, na embaixada do Brasil, em Londres, após dois dias de encontro com investidores britânicos.

Questionado sobre o uso dos depósitos compulsórios (parte da poupança retida pelo Banco Central) para financiar imóveis, Levy não descartou a possibilidade, mas disse que as alternativas estão ainda sendo avaliadas.

"A questão está sendo estudada. Quais as alternativas? Não tem nada estabelecido no momento, especulações são só especulações", afirmou.

Minha Casa

Principal fonte de crédito do financiamento de imóveis, a poupança tem sofrido redução por causa de saques, prejudicando o setor. "Num financiamento você tem que ver as diversas fontes. Essas fontes estão correlacionadas com o próprio tamanho da quantidade de depósitos. Não são recursos públicos, são recursos do sistema que podem ser canalizados para novos financiamentos", disse Levy, enfatizando que o programa Minha Casa, Minha Vida, que envolve subsídios direto do governo e passa por atrasos em repasses, continua sendo "prioridade". "Estamos comprometidos com o programa", declarou.

Produtividade

Ontem, o ministro da Fazenda também destacou que o Brasil não pode continuar oferecendo reajuste de salários sem aumento da produtividade. "Sem um forte ganho de produtividade, não podemos apoiar salários mais altos", afirmou. "Isso é claramente entendido no Brasil", completou. A uma plateia de investidores e analistas britânicos, Levy disse que a sociedade brasileira já teria entendido que os salários só podem subir com alguma contrapartida.

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