Gastos sobre o PIB merecem cuidados

Com base em outro estudo realizado no ano passado e elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Lettieri chama a atenção para os gastos com proteção social sobre o PIB do Brasil em 2010, cujo índice ficou em 21,3%, atrás de países como Suécia (28,8%), Itália (27,8%), Alemanha (27,1%) e Portugal (25,6%). Dos 21,3%, 7,8% foram gastos com Previdência Social e o restante com saúde (5,8%), desemprego (0,7%), despesas laborais (0,3%), de risco (1,7%), assistência (4,5%) e infância (0,6%).

>Interesse dos brasileiros precisa ser respeitado

"Os gastos públicos sobre o PIB para proteger os idosos brasileiros só cresceu 0,6 ponto percentual em 15 anos, saindo de 4,6% em 1995 para 5,2% em 2011, diferentemente de outros países. Portanto, não podemos jogar a Previdência dentro desse caldeirão de problemas políticos e econômicos, dizendo que o Brasil vai quebrar se a reforma não for feita imediatamente. Eu acho isso muito complicado, não podemos fazer a reforma previdenciária a qualquer custo no meio de uma crise fiscal com problemas de curto prazo", pontua o vice-presidente do Sindifisco - Delegacia Sindical no Ceará.

Modelos

Há três tipos de regime de Previdência: 1) liberal, em que a atuação estatal costuma ocorrer após a ação dos mercados, para corrigir suas falhas; 2) conservador, com foco de proteção nas populações inseridas em categoriais socioprofissionais reconhecidas pelo Estado; e 3) universais, com amplos níveis de proteção, pouca dependência dos mercados e ênfase em serviços sociais.