Gasolina chega a R$ 4,09 na Capital

Elevação nos postos da Capital se deu menos de 48h depois de Temer anunciar alta de PIS e Cofins de combustível

Escrito por Redação ,
Legenda: Em postos onde os preços foram mantidos, a fila de automóveis era imensa, como aconteceu nesse estabelecimento na Av. Barão de Studart
Foto: Foto: Helene Santos

O decreto assinado pelo presidente Michel Temer elevando as alíquotas de PIS/Cofins sobre gasolina, diesel e etanol foi publicado nesta sexta-feira (21) no Diário Oficial da União (DOU) e já começou a refletir no bolso do fortalezense. Ainda pela manhã, diversos postos de combustíveis da Capital elevaram os preços cobrados ao consumidor, mesmo aqueles estabelecimentos que ainda tinha estoque.

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Enquanto alguns mantiveram os preços e tiveram carros enfileirados à espera de atendimento nas bombas, outros postos que cobravam R$ 3,59 pelo litro da gasolina na noite de quinta-feira (20) já amanheceram a sexta-feira vendendo o combustível a R$ 3,96. Em outros postos, o aumento foi ainda mais forte e o valor do litro gasolina comum chegou a R$ 4,09.

"Com todos esses impactos, de acordo com a cadeia de distribuição, que vai desde a refinaria até os postos de fato, estimo que a gasolina e o diesel cheguem às bomba com reajuste de 10%. Se pegarmos o preço médio da gasolina hoje, que está em R$3,90, passaremos a pagar mais de R$ 4,00 por um litro de combustível. É uma alta considerável", afirma Bruno Iughetti, consultor na área de petróleo e gás.

Variações agravam

O peso do combustível para o consumidor deve ficar ainda mais intenso, uma vez que, além do aumento do imposto, existem ainda as variações quase diárias no valor dos produtos vendidos pela Petrobras às refinarias. O consumidor mal digeriu a alta dos tributos e a Petrobras já anunciou um novo aumento do valor do diesel e da gasolina nas refinarias, que entrou em vigor neste sábado. Para a gasolina, o reajuste foi de 1,4%. No caso do diesel, a alta foi de 0,2%.

"Esses reajustes podem ajudar a piorar e pode ajudar a melhorar a situação. Desde o início dos novos critérios, tivemos oito ajustes, sendo seis baixas e apenas duas altas. Mas se fosse haver um reajuste hoje, seria aumento", explica Iughetti.

Segundo o consultor, isso se deve ao fato de o petróleo estar com os preços majorados no mercado internacional, e o preço do petróleo é um dos fatores preponderantes para reajuste.

"Esses reajustes podem ajudar a piorar e pode ajudar a melhorar a situação. Desde o início dos novos critérios, tivemos oito ajustes, sendo seis baixas e apenas duas altas. Mas se fosse haver um reajuste hoje, seria aumento", explica Iughetti. Segundo o consultor, isso se deve ao fato de o petróleo estar com os preços majorados no mercado internacional, e o preço do petróleo é um dos fatores preponderantes para reajuste.

"No entanto, acredito que a Petrobras não promoverá esse repasse a curto prazo, não até que seja digerido esse aumento do Pis e Cofins", esclarece.

Repasse cabe ao posto

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos) divulgou nota afirmando "que essa alta deve ser repassada para o consumidor, mas cabe a cada posto revendedor estabelecer seus critérios, já que o mercado dos combustíveis é livre em toda a sua cadeia e se auto-regula, de acordo com a concorrência entre seus agentes".

Nova tributação

No caso do PIS/Cofins, o imposto sobre o litro da gasolina passará de R$ 0,38 para R$ 0,79, representando um aumento de R$ 0,41 se a elevação for totalmente repassada para o consumidor. Já o PIS/Cofins do etanol, hoje zerado, vai a R$ 0,19. O litro do diesel poderá ficar R$ 0,22 mais caro, já que alíquota subirá de R$ 0,24 para R$ 0,46.

De acordo com a equipe econômica, o aumento da tributação sobre os combustíveis irá gerar, durante o restante do ano de 2017, uma receita adicional de R$ 10,4 bilhões.

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