Fortaleza volta a liderar geração de empregos no Ceará

Capital encerrou o mês com saldo positivo de 848 postos de trabalho; 35 municípios geraram novas vagas no Estado

Escrito por Redação ,
Legenda: Por concentrar oportunidades, Capital tem forte impacto no mercado de trabalho
Foto: Foto: Fabiane de Paula

Após sucessivas quedas, Fortaleza voltou a puxar a geração de postos de trabalho com carteira assinada no Estado em julho, com saldo positivo de 848 vagas no período. Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho, o número é resultado da admissão de 19.078 trabalhadores ante o desligamento de 18.230 no mês na Capital.

A cidade foi a primeira dos 35 municípios cearenses (com mais de 80 mil habitantes) que conseguiram gerar novos empregos formais em julho. Em número de vagas, Fortaleza é seguida por Eusébio (182), Limoeiro do Norte (146), Maracanaú (104), Quixeramobim (105), Santa Quitéria (93), Horizonte (83), Aracati (59) e Amontada (56), que também conseguiram admitir mais profissionais do que o número de demitidos no período.

De acordo com Erle Mesquita, coordenador de Estudos e Análises de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), as vagas geradas em Fortaleza foram concentradas nos setores de serviços, com ênfase em comércio e administração de imóveis e valores imobiliários, e comércio. "A verticalização mais acentuada gerou uma grande demanda nesse segmento, que se concentra na cidade e abriu 1.098 vagas no mês", aponta.

Impacto

O coordenador destaca que Fortaleza, por concentrar oportunidades e força de trabalho, sempre tem um impacto muito forte, mas pondera não haver elementos suficientes para falar em retomada. "(A Capital) vai dando um pouco de sinal de reversão, porém mais pela sazonalidade do que pela retomada do crescimento econômico. Ainda há ciclos de demissões mais evidentes, a dinâmica do mercado está prejudicada", explica Mesquita.

De fato, considerando o acumulado do ano, dados do Caged mostram que a Capital ainda foi responsável pelo fechamento de 75,4% das vagas do Estado no período - Fortaleza acumula perda de 8.659 postos de trabalho no ano, entre os 11.479 no Ceará. Considerando os últimos 12 meses, esse percentual cai para 63,6%, com a perda de 13.408 vagas na Capital entre o total de 21.063 fechadas no Ceará.

No Estado, foram criados 1.144 novas vagas durante o mês de julho, o quinto melhor resultado do País, atrás de São Paulo (21.805), Mato Grosso (8.085), Goiás (4.745) e Amazonas (1.888). Os setores que puxaram a geração de empregos foram serviços (1.388), agricultura (592), comércio (254), serviços industriais de utilidade pública (58) e administração pública (10). Na contramão, estiveram a construção civil (-269), indústria (-155) e atividade extrativa mineral (-7).

Recuo

O mês de julho também foi de retração do estoque de empregos para alguns municípios. Sobral registrou a queda mais intensa, com a perda de 216 postos de trabalho. Em seguida, aparecem Caucaia (-180), Brejo Santo (-175), Juazeiro do Norte (-156), Crato (-96), Itapipoca (-63), Barbalha (-57), Aquiraz (-47), Pacajus (-38) e Crateús (-26). Para o coordenador, a situação do mercado de trabalho no Estado ainda é preocupante. "Os dados mostram que temos um número bem expressivo de postos de trabalho fechados, indicando que a conjuntura dos últimos dois anos ainda persiste, com redução da oferta de trabalho formal", aponta.

Por outro lado, com o aquecimento econômico no segundo semestre - movimentado por datas como Natal e Dia das Crianças, além das férias - há uma perspectiva de ampliação de vagas até o fim do ano. Ainda assim, Mesquita alerta que o quadro de incertezas na conjuntura nacional persiste, dificultando uma ampliação mais consolidada da oferta de emprego.

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