Flores ganham espaço no mercado externo

Mesmo considerado amador, o cultivo cearense é o segundo maior do País, atrás apenas de São Paulo

Escrito por Redação ,
Legenda: O Ceará é, ainda, líder no País na venda de flores tropicais e vice-líder na exportação de flores frescas cortadas do Brasil
Foto: Foto: Silvana Tarelho

Importante para o agronegócio brasileiro, a floricultura é atualmente uma atividade econômica promissora no País, ganhando cada vez mais espaço nos mercados interno e externo. Porém, com exceção de algumas culturas como rosas e crisântemos, a produção comercial de flores no Brasil ainda é considerada amadora se comparada a nações como Holanda e Estados Unidos. Apesar da seca, o Ceará é o segundo maior exportador nacional, atrás apenas de São Paulo.

O cultivo de orquídeas, por exemplo, é um negócio que tem se consolidado como importante atividade econômica no Brasil, uma vez que as condições ambientais brasileiras são favoráveis ao desenvolvimento da orquidofilia, devido à posição geográfica privilegiada. As orquídeas podem ser reproduzidas artificialmente em laboratório, a partir de sementes, por meio de técnicas de micro propagação, geralmente atingindo a maturidade em dois a quatro anos. Assim, espécies ameaçadas de extinção vêm sendo reproduzidas e salvas do desaparecimento graças à ação dos orquidófilos.

Produção nacional

O Brasil conta com produtores de pequeno à grande porte, com estruturas diferentes na produção. Existem também cerca de 200 associações de cultivadores que promovem exposições, oficinas e comercializam as flores.

O volume de produção é estimado em 12 milhões de vasos por ano, comercializados em centros atacadistas tradicionais como a feira de flores e plantas.

A área de produção representa em torno de 9% da área de produção da floricultura brasileira. Segundo fabricantes de vasos plásticos, a performance do setor dentro do cenário nacional tem sido bastante satisfatória. As orquídeas só perdem para as culturas do crisântemo e da violeta africana.

Grande potencial

A região Nordeste e, particularmente o Ceará, possui grande potencial para a atividade. O Estado já se destaca no comércio exterior da floricultura brasileira. De acordo com a Associação Cearense de Produtores de Flores e Plantas Ornamentais (Floresce), entidade que articula ações no Estado para o desenvolvimento do setor, o Ceará é o segundo exportador entre os estados brasileiros, perdendo apenas para São Paulo.

O Estado é, ainda, líder no País na venda de flores tropicais e vice-líder na exportação de flores frescas cortadas do Brasil. Os dados são do Ministério de Desenvolvimento, Comércio e Exterior (MDIC). Entretanto, ainda não há produção comercial de orquídeas no Ceará. Há pouco tempo, surgiu o primeiro orquidário comercial cearense, mas as plantas colocadas no mercado ainda são, na maior parte, produzidas em outros centros.

O mercado consumidor se constitui de dois tipos de públicos: o colecionador de orquídeas (compra plantas sem flores, desenvasadas, e exige a nomenclatura científica da planta) e aquelas pessoas interessadas apenas no valor decorativo das plantas (somente adquirem orquídeas envasadas e floridas e geralmente desprezam os vasos depois que as flores murcham).

Associação promove feira de Orquídeas em Fortaleza

A Associação Cearense de Orquidófilos (Aceo) promoverá, entre os dias 28 e 30 de novembro, na Casa José de Alencar, a 8º FestOrquídeas. O evento reunirá a exibição e concurso de flores, a realização de palestras e oficinas de cultivo de orquídeas e ainda uma exposição com telas do artista cearense Lucivald. A participação é gratuita, mas a organização sugere aos visitantes a doação de alimentos não perecíveis, que serão doados à Associação dos Amigos do Crio (Assocrio), que atende pacientes com câncer, vindos do Interior do Ceará.

Para Vera Coelho, presidente da Aceo, a existência de um festival anual, como o FestOrquídeas, estimula ainda mais o cultivo de orquidáceas. "As exposições de orquídeas têm tido, como resultado imediato, o ingresso de um bom número de associados. Não hesitaria em afirmar que a maioria dos atuais membros da associação é formada por pessoas que descobriram as orquídeas ao visitarem nossas exposições, principalmente durante o FestOrquídeas. Elas se encantaram com as flores, assistiram as oficinas de cultivo e perceberam como é fácil cuidar de orquídeas", afirma Vera.

Troféu premia flores

As orquídeas expostas concorrerão ao já tradicional troféu Labiata de Ouro nas categorias: Melhor Espécie Brasileira, Melhor Espécie Estrangeira, Melhor Híbrido, Melhor Espécie Botânica, Melhor Cultivo, Melhor planta da exposição de acordo com o voto popular e o Melhor Cattleya labiata - Prêmio Waldir Lima Leite, para a Cattleya labiata que ganhar o primeiro lugar.

Melhor vitrine

O diretor de comunicação da Aceo, Italo Gurgel, reforça que qualquer interessado pode participar. "Todo orquidófilo gosta de mostrar suas flores. Para isto, o FestOrquídeas é a melhor vitrine, uma vez que um público de milhares de pessoas (até 20 mil em edições anteriores) visita a exposição, encantando-se com a beleza das flores e fotografando-as para depois exibir as imagens nas redes sociais. Não há cenário mais belo para um selfie", convida Gurgel.

Seguindo a tendência das edições anteriores, o 8º FestOrquídeas será mais uma vez cenário para a promoção de campanha contra a venda de orquídeas coletadas na natureza. O FestOrquídeas abrirá espaço para discutir o tema, objeto de preocupação das diversas associações de orquidófilos que se multiplicam por quase todo o País.

Mais informações:
 
A 8ª edição do FestOrquídeas acontecerá entre 28 a 30 de novembro, na Casa José de Alencar (Av. Washington Soares, 6055, Messejana).
A entrada é gratuita, mas a organização pede doação de alimentos para a Assocrio
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